quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Palestra de informação

Então, mes amis... ontem rolou uma daquelas famosas e singelas palestras de informação sobre a imigração para o Québec, um oferecimento glorioso do BIQ-México.

(O quê? Você está começando o processo agora, fazendo as pesquisas e não faz ideia do que seja uma palestra de informação? Bom, em resumo, são palestras promovidas pelo Escritório de Imigração do Québec no México para informar aos interessados os requisitos e procedimentos para você dar entrada no processo de imigração e, quem sabe, pagar de gostoso(a) tirando foto na neve em [insira aqui sua cidade preferida da província] com temperatura de -15ºC. Há palestras presenciais e virtuais, e você pode se inscrever aqui.).

Enfim, como ainda tenho amigos e conhecidos que estão em vias de dar entrada no processo ou que amargam a espera imposta pelo BIQ e suas serpentes do mal, resolvi participar para tentar colher informações. No fim das contas, para quem já conhece o processo e as mudanças que ocorreram em 1º de agosto de l'année dernière, nenhuma novidade. Mas vamos lá.




1. Não há previsão de entrevistas no Brasil ainda. A Perla, que parece mais segura a cada palestra, afirmou que não sabe nem quais cidades e nem quando a(s) missão(ões) ocorrerá(ão). O que ela deixou transparecer, embora sem afirmar categoricamente, é que haverá, sim, missões de entrevista ainda este ano (o que, convenhamos, já é um alívio);

2. Ela disse que não há mudanças previstas para as regras que valem até 31 de março de 2014. Essa questão apareceu uma segunda vez, já bem depois de iniciada a sessão de perguntas, e a impressão que eu tenho é que essa parte da palestra funciona igual bebida: depois de um tempo, a pessoa já é amiga e começa a falar mais. Enfim, na segunda vez em que a pergunta surgiu, em vez de dizer que achava "difícil" novas mudanças agora, ela soltou um "eu duvido". DUAS vezes. Ou seja, embora nunca possamos levar isso pra casa como informação 100% segura, quem está angustiado com medo de ser pego de surpresa por mudanças pode ficar um pouco mais tranquilo, aparentemente;

3. Ela voltou a dizer, como nas palestras do ano passado, que a etapa provincial dura aproximadamente 1 ano, mais 1 ano da etapa federal. A primeira reação é rir disso, já que sabemos de pessoas que estão desde 2011 aguardando uma entrevista, mas pode ser que, com a diminuição do número de processos devido ao aumento dos requisitos, essa seja a meta do Ministério da Imigração do Québec. Eu mesmo recebi o pedido de exames médicos com 9 meses de etapa federal, depois que o pessoal do consulado virou no Red Bull deu um gás no fim do ano passado/início deste ano;

4. A Perla explicou um pouco mais os procedimentos do BIQ: depois que eles recebem o dossiê com o pedido de CSQ, eles fazem uma pré-análise para verificar se toda a documentação obrigatória foi incluída e preenchida. Se algo fica faltando, eles devolvem a papelada por falta de documentos e/ou formulários incompletos. Se está tudo ok, eles fazem o débito no cartão de crédito e o dossiê segue para a pilha onde será feita a análise propriamente dita, ou seja, a etapa na qual alguém vai pegar cada documento, atribuir pontos de acordo com a tabela utilizada atualmente e, no final, dará o veredito: CSQ em casa, entrevista ou recusa;

5. Ainda em relação ao tempo de processamento, ela deixou claro que, se você ainda não tem toda a documentação obrigatória, não mande o dossiê! Corra atrás e junte o que falta para não correr riscos (lembrando que a taxa que você precisa pagar para ter o dossiê analisado não é reembolsável, independente de você conseguir o CSQ ou não). Em contrapartida, ela também disse que, se você, na verdade, já possui um documento como, por exemplo, o resultado do TCFQ ou do IELTS e pretende mandar outro dentro de mais ou menos um mês com nota maior e, com isso, ganhar mais pontos, não há problema em mandar o dossiê e depois agregar o tal documento novo. Ela afirmou que é praticamente impossível um dossiê ser analisado pelo BIQ em um mês;

6. Quanto às copies certifiées conformes, que deram um rebuliço do cão ano passado, ela explicou o que a maioria já sabe: para o BIQ, essas cópias são nada mais, nada menos que cópias simples dos documentos originais com um carimbo de "confere com o original" da instituição que emitiu o documento e uma assinatura de um funcionário dessa mesma instituição. Exemplo: você pega seu diploma de nível superior, vai até a faculdade que o emitiu e pede para eles tirarem uma xerox e baterem um carimbo de "confere com o original" e assinar. Pronto, essa é a sua copie certifiée conforme do diploma.  O BIQ tomou conhecimento da dificuldade que algumas instituições aqui no  Brasil impõem para fornecer essa coisa simples que é uma cópia autenticada administrativamente, então a Perla falou que, se não tiver jeito e a instituição não bater o carimbo nem assinar, você pode autenticar em cartório e mandar. Ela frisou que essa deve ser a última opção (mas não deu motivos pelos quais isso vale menos pra eles do que a tal copie certifiée conforme. Acho que é uma preferência mesmo);

7. A ordem de tratamento dos dossiês está assim: primeiro, candidatos que possuem uma oferta de emprego validada pelo MICC. Segundo a Perla, dificilmente alguém aparece com isso, mas, quando aparece, pula na frente de todo mundo. Em seguida, candidatos que ganhem 6, 12 ou 16 pontos pela área de formação. De novo segundo a Perla, a maioria esmagadora das pessoas que manda dossiês hoje em dia ganha uma dessas pontuações, o que, na prática, faz com que todo mundo seja tratado na mesma linha. Por último, são tratados os dossiês de quem não ganha ponto algum pela área de formação. Isso leva a um pouco de reflexão em relação aos prazos: se você não ganha ponto nenhum pela área de formação, você quase sempre vai ser preterido em relação às pessoas que ganham, o que fará com que seu processo demore mais que a média;

8. O efeito "congela", segundo a Perla, continua sendo aplicado, mas à sua situação pessoal, não à validade das regras (como todos ficamos sabendo ano passado, quando jogaram todo mundo no mesmo saco e disseram que, dali pra frente, ia ser desse jeito). Ou seja, se, quando mandou seu dossiê, você contava 30 primaveras, e já faz 3 anos que te esqueceram lá no BIQ seu processo não anda, eles ainda vão considerar suas 30 primaveras na hora em que analisarem seu dossiê. O que ficou nas entrelinhas, contudo, é que, se resolverem que agora a idade limite para não perder pontos é 25 anos, eles vão continuar considerando você com 30 anos, mas há a possibilidade de que você tenha a pontuação descontada. Agradável, não?;

Bom, acho que isso é o principal. Claro que teve aquela apresentação do Québec, da qual você sai parecendo que vai pra Disney de tanto que tudo parece perfeito, mas, depois de algumas palestras, a gente até dispensa isso. Houve também, como já falei, a sessão de perguntas, e isso às vezes é um tormento... olha, tudo bem a pessoa ter tomado conhecimento do processo há pouco tempo e não entender, por exemplo, a diferença entre a etapa provincial e a etapa federal, ou mesmo que há vários processos provinciais e um processo federal... Beleza, se você está no início das pesquisas, são dúvidas comuns. Agora o cidadão me perguntar se pode levar o filho escondido pro Canadá (ou seja, sem um dos pais consentir) é dose, hein? Se isso é crime no Brasil, você acha que no Canadá vai ser o quê? Pegadinha do Malandro?

Se eu lembrar de mais alguma coisa, volto aqui e edito o post.

À bientôt!

4 comentários:

  1. Excelente explicações.. Parabéns pela clareza do post :) Gostei muito

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  2. Muito bom! Estava pesquisando informações sobre alguém que tivesse visto esta última palestra. Não tinha achado ninguém falando no facebook ainda e nem nos blogs. Obrigado por mesmo tendo seu processo bem encaminhado ainda cooperar com aqueles que estão nas outras fases. Abraço!

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    1. A intenção é essa mesmo, Romim! Todo candidato à imigração está sempre a cata de informações, então porque não passar adiante, né não? Fico feliz por ter ajudado!
      Abraço!

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