quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Algumas dificuldades de se iniciar um processo de imigração

Digam-me se estou sendo abusado: se tenho uma empresa e nela trabalham pessoas, e se alguma dessas pessoas me pede para declarar, no papel da empresa, que ela trabalha ali desde a data tal, fazendo a atividade tal e que trabalha tantas horas por semana, e sendo tudo isso verdade, por que eu me recusaria a declarar isso oficialmente? Se eu tenho uma escola e um aluno me de para dizer que ele estudou ali, fez o curso tal, e precisa que eu informe outras informações pertinentes, qual a dificuldade de colocar isso no papel? Será que todo mundo nesse país faz tudo tão errado que tem medo de ação trabalhista ou sei lá o que mesmo quando está declarando a verdade?

Olha, eu estou sempre torcendo por todos aqueles que estão na fila do BIQ, na fila da entrevista, dos exames médicos, na fila do pedido de passaportes e em outras filas semelhantes. Sei que o processo é demorado (eu estou nele!), que as regras mudam de forma absurda e num período de tempo esdrúxulo. Mas sabe o que me dá aflição de verdade nesse processo?

Quem ainda não conseguiu entrar.

E, principalmente, quem vem tentando há um bom tempo dar entrada em algum dos processos de imigração e não consegue, seja por motivos pessoais, seja porque, com uma mudança atrás da outra, as pessoas acabaram prejudicadas na formação e/ou na pontuação. Olha, é dose!

Alguém bem próximo a mim está nessa situação. A primeira grande mudança recente, a de 2011 (que incluiu os testes de línguas), não foi um grande impacto pra ele. Até ali, seria um item a mais, um gasto a mais, mas nada incontornável. O problema foi o que veio depois e, principalmente, a mudança de agosto do ano passado: de alguém que tinha pontuação sobrando para vender como milhas aéreas, ele foi para alguém que ficou devendo um tanto considerável. O TCFQ, que seria só um documento extra, passou a ser essencial pra ele. O IELTS, idem. De repente, alguém que ia estudar sem cobrança demais e se daria bem com qualquer pontuação se viu tendo de obter X e Y nos testes pra poder ter direito a tentar dar início ao processo.

Tem sido bem difícil. Semana passada, nos encontramos e sentei para ajudá-lo, e aí me dei conta de uma coisa que ele não estava levando em consideração: aquele pontinho que você ganha pela capacidade de autonomia financeira, que nada mais é colocar o dedão por extenso assinar a declaração dizendo que você terá Z moedas de ouro para levar para o Québec e se manter nos três primeiros meses. Gente, como fez diferença!

Sintam o drama: o diploma dele (que, na verdade, ele ainda não recebeu), pode valer 6 ou 8 pontos pela tabela oficial. Somados os demais quesitos (incluindo o pontinho lá de autonomia financeira), ele pode estar, nesse momento, com 47 ou 49 pontos. Dá pra entender o que é isso, sabendo-se que falta pouco mais de um mês para expirar o prazo das regras atuais?

Enfim, conversei com ele, ele considerou, considerou, considerou, e agora vai mandar o que tem. Está juntando tudo e foi pedir as declarações das empresas onde trabalho e do curso que fez (porque o diploma oficial ainda não saiu). Resultado: uma empresa não teve problema; a outra está hiper-desconfiada e o responsável vai ter de "consultar o diretor para ver se é possível". Com a escola, quase o mesmo: "podemos até declarar que você foi aluno e concluiu o curso, mas número de horas do curso, histórico e essas outras informações, não". Notaram o "podemos até declarar"? 

Agora, perguntem se esses estabelecimentos estão dispostos a tirar uma cópia disso e bater um carimbo de "confere com o original"? "Nossa, estranhííííííssimo isso, né? Deve estar pra entrar na justiça, e o caso deve ser bom, então não vou dar corda pra eu mesmo me enforcar". Ninguém disse isso, mas parece ser o pensamento comum. Tá certo que, por tradição, a gente recorre aos cartórios para cópias autenticadas, mas, se você não precisa de nada que exija a intervenção de um cartório, qual o problema de você bater um carimbo numa cópia de um documento que você mesmo emitiu?

Só consegui concluir que, no Brasil, a desconfiança nos outros é tão grande, que a postura defensiva é tão comum e que estamos tão acostumados a fazer a coisa de maneira tão torta que não temos nem coragem de declarar algo que nós mesmos sabendo ser verdade. Então, é melhor eu me resguardar e não confirmar nem confirmar que isso ou aquilo aconteceu, do que falar a verdade e me dar mal.

Enfim, no caso que expus ali em cima, já está claro que as declarações não vão ficar 100% nos moldes que o BIQ quer, e que ele vai ter de se valer de cópia autenticada em cartório para tentar fazer com que o processo seja aberto. Estou torcendo muito, mas muito mesmo, para que tudo dê certo e ele consiga. O processo tem sua dose de agruras, peculiaridades e exigências estranhas; mas nada supera, eu acho, a pessoa pedir um documento que só confirme uma situação aqui no Brasil e geral se recusar, como se fosse ilegal. A impressão que fica, realmente, é a de que tudo se faz tão errado aqui no Brasil, que até quando você não só sabe a verdade como é responsável por ela, é melhor falar o mínimo possível e não se comprometer.

À bientôt!

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

E os amigos?

Esses dias, estava lendo os posts de alguns blogs que acompanho e, por coincidência, em pelo menos dois deles o assunto era amizade e os amigos que vão ficar para trás após a mudança para o Canadá. E isso me fez parar um pouco e pensar. Comecei a repassar mentalmente as amizades que ficarão para trás e...

... constatei que quase não existem amizades.



É sério. Não é exagero e nem carência afetiva. Quando vim para São Paulo, eu não sabia aonde os ventos da mudança iriam me levar, mas sabia, tinha praticamente certeza de uma coisa: as poucas amizades que eu tinha em Brasília corriam o risco de regredirem, de irem para aquele estado em que as lembranças são tudo o que realmente importa, porque, na real, na vida cotidiana, já não são a mesma coisa. A distância é, sim, um obstáculo, não importa o tanto de juras que se façam no momento da despedida. Eu mesmo tive amigos cuja amizade duraria para sempre, mesmo com a decisão deles de ir para outras cidades, mas a verdade é que, hoje, não faço a menor ideia de onde estão e nem como estão. Será que foi por descuido de ambas as partes? Em alguns casos, pode ter sido. Em outros, tenho certeza de que fiz o possível.

E, bizarramente, não há ninguém aqui em São Paulo com quem eu tenha feito amizade de verdade. Ok, eu não sou exatamente o cara mais popular - nunca fui - e nem sou extremamente hábil para me comunicar e divertir as pessoas. Não sou dos mais fáceis de lidar. Meus papos, dependendo da situação, podem tomar rumos meio, digamos, viajados no Gardenal exóticos, e as pessoas, em geral, correm a mudar de assunto. Minhas opiniões, muitas vezes, são um tanto cruas, e o resultado é o mesmo. Fora isso, eu não sou o típico cara chegou-sexta-feira-vou-pra-balada-encher-a-cara-e-pegar-10. Nunca fui, nunca curti esse tipo de diversão, o que me isolou ainda mais. Eu curtia era jogar video-game (jogo até hoje, se não ficou claro em posts anteriores :P), ir ao cinema, juntar os amigos para partidas de jogos de tabuleiro, aprender idiomas, ler, escrever... coisas que, em geral, são consideradas passatempo de dia de chuva por uma grande parte das pessoas. E aqui em São Paulo eu só encontrei gente daquele tipo lá que mencionei. Sei que com certeza não tem só gente assim aqui, mas não trombei com pessoas muito diferentes, não. E, enfim, como já passei da época de ficar fazendo as coisas pra agradar os outros ou me inserir, eu acabei muito na minha mesmo. Vou ali beber de vez em quando com os colegas só para não ficar ainda mais antissocial, mas o pouco que ganho com isso só me faz pensar se realmente vale a pena aceitar o convite na próxima vez.

Então, retomando a divagação, aqui em São Paulo não deixarei ninguém que realmente importe. Os colegas de trabalho e de curso, as brincadeiras e tudo isso farão falta, imagino, nas... sei lá... quarenta e oito horas depois da minha partida. Talvez menos. De verdade, gente. São pessoas legais, do jeito delas, não tenho nada contra quase ninguém, mas minha relação com elas é daquele tipo que você sabe que vai acabar assim que você não estiver mais presente. Não tenho ilusão quanto a isso. Mas isso não é de todo ruim. Depois que você passa um bom tempo se isolando (ou sendo isolado) pelo seu jeito de ser, pelos gostos pessoais e outras coisas mais, você consegue duas coisas: a primeira é justamente saber, depois de algum tempo de convivência, que sua amizade com A ou B não passa de um coleguismo, e que, tão logo alguém tome um outro rumo, as coisas vão sumir. A segunda é que, quando você não tem amigos pra te ajudar com nada, você aprende a se virar sozinho e acaba sendo forçado a passar mais tempo com você mesmo, o que faz com que você se conheça melhor e não crie expectativas em relação aos outros. Não me entendam mal; eu sem dúvida gostaria de ter amigos, aqueles 3 ou 4 dos quais todo mundo sempre fala quando citam amizade verdadeira. Mas, na falta deles, ou na minha incapacidade de cultivá-los, o lado bom é que eu aprendi (e continuo aprendendo) a contar sempre comigo mesmo e a gostar bastante de mim e da minha companhia.




O pior é que, mesmo em Brasília (minha cidade natal), onde eu costumava ter aqueles 3 ou 4 amigos que mencionei ali, já não posso mais dizer que os tenha. O carinho vai sempre existir, e as lembranças... bom, a amizade com essas pessoas, hoje, basicamente só vive delas. Quando nos encontramos (coisa de duas ou três vezes por ano), o carinho, as risadas e tudo o mais são os mesmos. Mas não sabemos como vai a vida uns dos outros, não temos mais os mesmos interesses, os rumos que escolhemos são diferentes.. e isso só contribui para o afastamento. Nos reunimos e damos risada lembrando do tipo de brincadeira que pregávamos uns nos outros nos aniversários há 10 ou 15 anos, mas quase já não lembramos de cor das datas em que cada um sopra as velinhas. Voltando para Brasília por alguns meses, que é o que pretendo fazer antes de embarcar de vez para o Canadá, eu vou, sim, sentar com todos, conversar, falar das minhas expectativas, ouvir as deles e tudo mais... e espero que, de alguma forma, a gente consiga resgatar um pouco do que tínhamos. Mas um lado meu tem quase a certeza, adquirida com os anos de isolamento em que eu era o "esquisito", que, no fim das contas, eu vou ficar apenas com aquela sensação fugidia do Bill Denbrough, algo entre o real e o imaginário, o consciente e o sonho:


"Or so Bill Denbrough sometimes thinks on those early mornings after dreaming, when he almost remembers his childhood and the friends with whom he shared it."


À bientôt!

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Viagem ao Québec - Dia 08: Cidade Velha e Musée de la Civilisation

Se teve um dia que pode ser chamado de "turistão", esse é um dos candidatos fortíssimos! Sabe aquela coisa de andar por ruas repletas de turistas, ter de esperar pra poder tirar foto (e invariavelmente acabar com cotovelos e mechas de cabelos alheios aparecendo nas bordas), entrar em lojinha de cacarecos que valem um dólar, mas pelos quais eles te cobram quarenta? Pois é, rolou tudo isso.

Resolvemos gastar uma boa parte do tempo perambulando pela cidade velha, batendo pernas nas ruelas pra se perder um pouco mesmo e, quem sabe, esbarrar com algo imprevisto. Esbarramos com vários turistas, na verdade, e, embora tenhamos, sim, topado com algumas coisas legais imprevistas, a maioria já era bem esperada. Até porque essa parte da cidade antiga não é lá tão grande. Você consegue percorrer tudo rapidinho sem se estressar. Se fizer paradas nas lojinhas ou para comer alguma coisa, consegue estender mais o tempo. Mas não quero dizer que não vale a visita: como bom amante de cidades velhas, achei essa parte muuuuuuuuuuuuito legal e bonita. O mais curioso é descobrir que ali, no meio daquela muvuca turística, há prédios residenciais.







A sensação de "estou fazendo turismo" é indissociável da região. Para alguns, isso não é um problema, mas eu fico meio deprê quando vejo um lugar histórico povoaaaaaaaaaaaaaaaaaaaado de pessoas com sacolinhas e máquinas fotográficas. Não há aqui nenhum tipo de discriminação ou censura: eu não tinha sacolinhas, mas estava lá com minha máquina fotográfica. Só que a sensação, às vezes, é que você tá na Disney e que as casinhas e prédios são de mentirinha, igual nos parques.





Enfim, gastamos um bom tempo andando por lá e vasculhando as vielas da região. De lá, fomos andando para o Musée de la Civilisation. E qual não foi a surpresa magnânima, para me deixar ainda mais feliz, radiante e querendo cantar "I believe I can fly" quando, ao chegar lá, descobri que a exposição temporária era sobre a história dos vídeo-games, tudo organizado pela Ubisoft? Caí de joelhos e chorei Fiquei mega-animado, e até esqueci do acervo permanente do museu. A exposição estava muuuuuito legal! Vinha desde os primórdios das décadas de 60 e 70, passando pelo Atari, Nintendo 8 bits (vulgo Nintendinho), Master System, Mega Drive, o bom e velho PC, Game Boy, Super Nintendo, Neo Geo, blá, blá, blá, blá, blá até os da última geração (que agora é penúltima), Playsation 3 e XBOX 360. Vários jogos icônicos estavam lá, com fatos como número de cópias vendidas, aclamação do público, momentos inesquecíveis... E o melhor! Era possível jogar boa parte deles! Dei gritinhos de colegial de desenho japonês Me refastelei jogando River Raid, Pitfall, Alex Kidd in Miracle World, Super Mario World, Indiana Jones and the Fate of Atlantis, X-Wing vs. TIE Fighter, Toejam & Earl, Double Dragon, Street Fighter II, Splinter Cell, Resident Evil, blá blá blá blá blá, até jogos recentes para smartphones e companhia, como Angry Birds. Ah, e quase tudo na versão em francês!








Preciso falar que gastei muuuuuuuuuuuuuuuuito tempo aqui?




Saindo de lá como criança, fomos ver o acervo permanente do museu, que é bastante interessante. O problema é que, a cada plaquinha, objeto ou quadro histórico, eu lembrava de algum dos jogos da sala ao lado hehehe. Por fim, tentamos ver uma exposição sobre a Paris dos anos 20, mas já estava perto do museu fechar, e não deu pra ver muita coisa. A exposição era bem interessante, com o áudio-guia sendo ativado por sensor a cada sala em que entrávamos. Realmente bem legal.

Como ainda tínhamos algumas horas de sol, resolvemos ir andando pela orla do rio, sem compromisso, até o Marché du Vieux-Port. Já imaginávamos que estaria fechado, mas o passeio é que era importante. E tivemos oportunidade de ver algumas imagens muito bonitas da paisagem local, com o sol se pondo e a luz se refletindo na região do outro lado do rio. Realmente muito bonito. Passamos por alguns lugares menos badalados turisticamente falando, como prédios históricos e o próprio Marché, que realmente estava fechado.






E, de quebra, na volta, descobri uma lojinha com temática de fantasia medieval muuuuuuuuuuito legal!!! Lá tem caixas que imitam livros antigos, fantasias de camponês, cavaleiro, donzela, princesa, feiticeiros e por aí vai. Há também cálices de todos os tipos, livros e jogos que tem a fantasia medieval de fundo, réplicas de espadas, adagas, punhais e outras armas. Muuuito show! Sem dúvida, quando estiver por lá de novo, farei nova visita!

À bientôt!

Quer ler sobre os outros dias da viagem? Clique nos links abaixo!

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

E o processo pelo Québec deve mudar...

Notícia nada animadora para aqueles que vem lutando contra a maré, tentando atingir os requisitos mínimos da imigração pelo Québec após sucessivas mudanças: o processo pelo Québec deve mudar num futuro próximo.



A julgar pelo comunicado divulgado ontem no site do Ministério da Imigração quebequense (clique aqui para ler), o processo seguirá os moldes daquele que se pretende abir para o federal, que, por sua vez, segue os moldes do processo de imigração para a Austrália e a Nova Zelândia. Em resumo, os candidatos farão uma declaração de interesse, o Ministério escolhe aqueles que julga mais aptos e/ou que possuem mais chances de integrar o mercado de trabalho e dá o andamento a esses.

Ainda não há detalhes. Na verdade, a ministra Diane De Courcy apresentou ontem o projeto de lei que modifica a imigração. Ou seja, ainda deve levar um tempinho para que isso possa valer de fato. Ainda assim, me dá frio na espinha pensar que também é possível que, face a essas mudanças, uma pá de gente que está fazendo cursos, juntando dinheiro, ralando pra adquirir experiência profissional e tudo mais possa vir a ser, de repente, inelegível.

Lembremos que as atuais regras do processo valem até 31/03/2014. Se você já tem a papelada toda pronta, CORRA! Eu não sei o que vai acontecer (e gosto de pensar que o que a Perla falou vá se concretizar, ou seja, que não ocorrerão mudanças agora), mas é melhor jogar com o que se tem do que esperar conjuntura astral pra mandar tudo.

Bonne chance à tous et à bientôt!

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Estou mais engraçado! :D

Ou, pelo menos, foi o que me disseram esses dias!

Eu tenho um lado irônico e outro sarcástico bem definidos. Eles eram mais aflorados na adolescência e no início da minha vida adulta, mas continuam aqui. Talvez estejam um pouco mais escondidos porque, bem, quando você vira adulto, nem todo mundo consegue captar ironias e sarcasmos muito bem, e isso pode criar vários problemas.

Mas eis que, há alguns dias, eu fiz uma piadinha no trabalho - inofensiva até, eu diria. Mas geral caiu na risada. E, logo depois, uma colega falou isso:

- Ai, você anda mais engraçado que de costume!

E aí eu me perguntei: será que estou mesmo? Olhando pra trás, bom, não dá pra dizer se estou ou não mais engraçado, mas o fato é que realmente ando mais relaxado. Não naquele sentido vagabundo menos responsável da palavra, mas no sentido menos estressado. Por mais que eu tenha preocupações (várias, aliás) em relação à minha mudança, acho que a perspectiva de saber que, provavelmente daqui a um ano, não estarei mais na cidade em que estou, no trabalho em que estou, convivendo com certas coisas com as quais sou obrigado a conviver agora.

Nada garante, é claro, que daqui a um ano as coisas estarão MELHORES, mas a intenção, pelo menos, é de que elas estejam, sim, melhores. E, convenhamos... ainda que não estejam, essas amarras de agora não existirão mais. Acho que, no fim, é isso que me faz sorrir.

Bonne soirée à tous!

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

E-CAS In Process!!

Pode ser uma bobeirinha de nada, mas, pra quem entrava uma vez por semana no E-CAS só para não esquecer o número do bendito e não esperava ver mudança real até pelo menos daqui a alguns meses, foi um susto (dos bons!): o status do meu processo agora mostra "In Process"! Fiquei igual a pinto no lixo animado, todo sorrisos! Tirei até foto, ó!


Como é comum ver nos vários posts espalhados pela blogosfera, a ansiedade sempre fica estabilizada quando a gente vê esse tipo de coisa no andamento dos processos. Se o BIQ, o CIC e o consulado fizesse mmais isso, acredito que veríamos um nível menor de desespero angústia por parte dos candidatos à imigração.

Ah, e já estou com os exames médicos agendados. Marquei para dia 10/03. Segundo a secretária, o médico leva uns 5 dias para inserir os dados no sistema de Ottawa, após o recebimento dos exames. Então isso ainda me deixa com algumas semanas, caso haja necessidade (bate na madeira três vezes).

Bonne chance à tous et à bientôt!

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Palestra de informação

Então, mes amis... ontem rolou uma daquelas famosas e singelas palestras de informação sobre a imigração para o Québec, um oferecimento glorioso do BIQ-México.

(O quê? Você está começando o processo agora, fazendo as pesquisas e não faz ideia do que seja uma palestra de informação? Bom, em resumo, são palestras promovidas pelo Escritório de Imigração do Québec no México para informar aos interessados os requisitos e procedimentos para você dar entrada no processo de imigração e, quem sabe, pagar de gostoso(a) tirando foto na neve em [insira aqui sua cidade preferida da província] com temperatura de -15ºC. Há palestras presenciais e virtuais, e você pode se inscrever aqui.).

Enfim, como ainda tenho amigos e conhecidos que estão em vias de dar entrada no processo ou que amargam a espera imposta pelo BIQ e suas serpentes do mal, resolvi participar para tentar colher informações. No fim das contas, para quem já conhece o processo e as mudanças que ocorreram em 1º de agosto de l'année dernière, nenhuma novidade. Mas vamos lá.




1. Não há previsão de entrevistas no Brasil ainda. A Perla, que parece mais segura a cada palestra, afirmou que não sabe nem quais cidades e nem quando a(s) missão(ões) ocorrerá(ão). O que ela deixou transparecer, embora sem afirmar categoricamente, é que haverá, sim, missões de entrevista ainda este ano (o que, convenhamos, já é um alívio);

2. Ela disse que não há mudanças previstas para as regras que valem até 31 de março de 2014. Essa questão apareceu uma segunda vez, já bem depois de iniciada a sessão de perguntas, e a impressão que eu tenho é que essa parte da palestra funciona igual bebida: depois de um tempo, a pessoa já é amiga e começa a falar mais. Enfim, na segunda vez em que a pergunta surgiu, em vez de dizer que achava "difícil" novas mudanças agora, ela soltou um "eu duvido". DUAS vezes. Ou seja, embora nunca possamos levar isso pra casa como informação 100% segura, quem está angustiado com medo de ser pego de surpresa por mudanças pode ficar um pouco mais tranquilo, aparentemente;

3. Ela voltou a dizer, como nas palestras do ano passado, que a etapa provincial dura aproximadamente 1 ano, mais 1 ano da etapa federal. A primeira reação é rir disso, já que sabemos de pessoas que estão desde 2011 aguardando uma entrevista, mas pode ser que, com a diminuição do número de processos devido ao aumento dos requisitos, essa seja a meta do Ministério da Imigração do Québec. Eu mesmo recebi o pedido de exames médicos com 9 meses de etapa federal, depois que o pessoal do consulado virou no Red Bull deu um gás no fim do ano passado/início deste ano;

4. A Perla explicou um pouco mais os procedimentos do BIQ: depois que eles recebem o dossiê com o pedido de CSQ, eles fazem uma pré-análise para verificar se toda a documentação obrigatória foi incluída e preenchida. Se algo fica faltando, eles devolvem a papelada por falta de documentos e/ou formulários incompletos. Se está tudo ok, eles fazem o débito no cartão de crédito e o dossiê segue para a pilha onde será feita a análise propriamente dita, ou seja, a etapa na qual alguém vai pegar cada documento, atribuir pontos de acordo com a tabela utilizada atualmente e, no final, dará o veredito: CSQ em casa, entrevista ou recusa;

5. Ainda em relação ao tempo de processamento, ela deixou claro que, se você ainda não tem toda a documentação obrigatória, não mande o dossiê! Corra atrás e junte o que falta para não correr riscos (lembrando que a taxa que você precisa pagar para ter o dossiê analisado não é reembolsável, independente de você conseguir o CSQ ou não). Em contrapartida, ela também disse que, se você, na verdade, já possui um documento como, por exemplo, o resultado do TCFQ ou do IELTS e pretende mandar outro dentro de mais ou menos um mês com nota maior e, com isso, ganhar mais pontos, não há problema em mandar o dossiê e depois agregar o tal documento novo. Ela afirmou que é praticamente impossível um dossiê ser analisado pelo BIQ em um mês;

6. Quanto às copies certifiées conformes, que deram um rebuliço do cão ano passado, ela explicou o que a maioria já sabe: para o BIQ, essas cópias são nada mais, nada menos que cópias simples dos documentos originais com um carimbo de "confere com o original" da instituição que emitiu o documento e uma assinatura de um funcionário dessa mesma instituição. Exemplo: você pega seu diploma de nível superior, vai até a faculdade que o emitiu e pede para eles tirarem uma xerox e baterem um carimbo de "confere com o original" e assinar. Pronto, essa é a sua copie certifiée conforme do diploma.  O BIQ tomou conhecimento da dificuldade que algumas instituições aqui no  Brasil impõem para fornecer essa coisa simples que é uma cópia autenticada administrativamente, então a Perla falou que, se não tiver jeito e a instituição não bater o carimbo nem assinar, você pode autenticar em cartório e mandar. Ela frisou que essa deve ser a última opção (mas não deu motivos pelos quais isso vale menos pra eles do que a tal copie certifiée conforme. Acho que é uma preferência mesmo);

7. A ordem de tratamento dos dossiês está assim: primeiro, candidatos que possuem uma oferta de emprego validada pelo MICC. Segundo a Perla, dificilmente alguém aparece com isso, mas, quando aparece, pula na frente de todo mundo. Em seguida, candidatos que ganhem 6, 12 ou 16 pontos pela área de formação. De novo segundo a Perla, a maioria esmagadora das pessoas que manda dossiês hoje em dia ganha uma dessas pontuações, o que, na prática, faz com que todo mundo seja tratado na mesma linha. Por último, são tratados os dossiês de quem não ganha ponto algum pela área de formação. Isso leva a um pouco de reflexão em relação aos prazos: se você não ganha ponto nenhum pela área de formação, você quase sempre vai ser preterido em relação às pessoas que ganham, o que fará com que seu processo demore mais que a média;

8. O efeito "congela", segundo a Perla, continua sendo aplicado, mas à sua situação pessoal, não à validade das regras (como todos ficamos sabendo ano passado, quando jogaram todo mundo no mesmo saco e disseram que, dali pra frente, ia ser desse jeito). Ou seja, se, quando mandou seu dossiê, você contava 30 primaveras, e já faz 3 anos que te esqueceram lá no BIQ seu processo não anda, eles ainda vão considerar suas 30 primaveras na hora em que analisarem seu dossiê. O que ficou nas entrelinhas, contudo, é que, se resolverem que agora a idade limite para não perder pontos é 25 anos, eles vão continuar considerando você com 30 anos, mas há a possibilidade de que você tenha a pontuação descontada. Agradável, não?;

Bom, acho que isso é o principal. Claro que teve aquela apresentação do Québec, da qual você sai parecendo que vai pra Disney de tanto que tudo parece perfeito, mas, depois de algumas palestras, a gente até dispensa isso. Houve também, como já falei, a sessão de perguntas, e isso às vezes é um tormento... olha, tudo bem a pessoa ter tomado conhecimento do processo há pouco tempo e não entender, por exemplo, a diferença entre a etapa provincial e a etapa federal, ou mesmo que há vários processos provinciais e um processo federal... Beleza, se você está no início das pesquisas, são dúvidas comuns. Agora o cidadão me perguntar se pode levar o filho escondido pro Canadá (ou seja, sem um dos pais consentir) é dose, hein? Se isso é crime no Brasil, você acha que no Canadá vai ser o quê? Pegadinha do Malandro?

Se eu lembrar de mais alguma coisa, volto aqui e edito o post.

À bientôt!

sábado, 1 de fevereiro de 2014

1ª Rodada de entrevistas 2014 (CSQ)

Eu vinha acompanhando já há duas semanas a página das missões de entrevista do BIQ e nada de sair a lista dos países contemplados. Aí, claro, Murphy atacou, e justamente nos dias que eu não entrei na página, a lista saiu:


Infelizmente, para os meus colegas de imigração que estão desde 2011 (!) aguardando algum sinal de fumaça ou mensagem em código morse do BIQ-México, as notícias não são animadoras: não há missões previstas para o Brasil nessa primeira leva. Não gosto nem de pensar no quão frustrante deve ser isso, e espero sinceramente que todos os que estão aguardando sejam chamados em algum momento ainda este ano.

Essa coisa de esperar, seja o BIQ, seja o consulado, faz a gente ou perder a paciência, ou realmente rodar a imigração minimizada em terceiro plano. Olha o que comprei e chegou pra mim esses dias:




Pois é. Minha descrença com a rapidez do consulado era tamanha que achei que daria tempo até de aprender galês antes de me mudar! Rá!

À bientôt!