quinta-feira, 28 de julho de 2016

Entrei na McGill! :) (2)

Eu não consigo acreditar até agora, mas parece que é pra valer: entrei na McGill (de novo), e dessa vez a coisa ficou séria!!



Mas eu sei que uma parte eu não contei: ano passado, depois de terminar o curso de inglês da McGill, tive que começar a pensar no que fazer da vida. É um assunto extremamente inquietante pra mim, porque eu tenho essa ideia de que gostaria de ter uma carreira de fato (embora hoje eu saiba muito bem que isso não é necessário), mas, ao mesmo tempo, não tenho muita ideia do que gostaria de fazer. Depois do curso de inglês, eu já havia resolvido que prosseguiria parcialmente nos estudos fazendo o Certificado de Francês da Universidade de Montreal; mas e aí? O que fazer "de verdade", como trabalho? Ou melhor, como profissão, como carreira, a longo prazo (já que empregos sempre existem nos classificados)? Nada de novo no fronte. Uma coisa me interessa aqui, outra chama a minha atenção ali, mas nada que faça os olhos brilharem. E aí?

No meio da indecisão, e como eu nunca gostei de ficar parado esperando o raio divino (embora tenha tentado mais de uma vez), resolvi fazer a inscrição pra fazer um bacharelado na McGill. Bacharelado em quê? Não sabia; e o formulário de inscrição só pedia pra eu escolher uma das Faculties ou Schools, então não precisava resolver ali na hora. Escolhi a Faculdade de Artes e mandei ver.

Isso foi em outubro do ano passado. De lá pra cá, houve momentos em que fiquei extremamente ansioso e momentos em que eu dei risada do que tinha feito. Afinal de contas, já imaginou? Eu, com 36 anos, fazendo bacharelado em (interrogação) na McGill, tida como uma das melhores do Canadá? Tendo que fazer trabalho em grupo com a molecada de 20 anos, estudar pra prova, fazer empréstimo junto ao governo pra bancar os estudos? Me formar perto dos 40 anos, provavelmente em algo que não tem muita perspectiva de emprego, pra só então voltar ao mercado de trabalho (isso se não precisar de um Mestrado ou Doutorado)? Faz-me rir, né? De qualquer forma, nunca pensei que minhas chances fossem muito altas; não fiz inscrição para nenhuma outra universidade, talvez porque, em parte, eu quisesse ouvir um "não"; o "não" da McGill me daria um direcionamento, nem que fosse o de arrumar um emprego pra pagar as contas.

Mas aí, abro o sistema de admissão deles — de forma automática como vinha fazendo desde maio — e, na linha de status, em vez do "Reviewed - Decision Pending" que eu sempre via, tava lá um "Admitted". Juro que o coração parou. Foi um susto ENORME, posso garantir. Rolei a tela pra cima e pra baixo tentando encontrar os dizeres "Pegadinha do Malandro!!!", mas não tinha. O que tinha era o link para a carta formal de aceitação.

E agora, José?

Eu tô num misto de alegria, ansiedade, medo, empolgação, dúvida e angústia. Ao mesmo tempo que penso que já chutei o balde-mor deixando meu emprego e meu país para vir aqui ver "de qualé" e que, por isso mesmo, embarcar nessa experiência não seria pior, penso também que talvez seja tapar o sol com a peneira... que talvez, por não ter exatamente um plano eu devesse simplesmente deixar pra lá isso e tratar de arrumar trabalho antes que meu prazo de validade expire.

O que você faria?

À bientôt!

domingo, 10 de julho de 2016

Renovação da Assurance Maladie

Quando cheguei e fiz a minha inscrição na Régie de l'Assurance Maladie (o sistema de saúde pública do Quebec), notei que a carteirinha que chegou dois meses depois tinha validade de um ano. Com base nisso, achei que todo ano eles me enviariam uma carteirinha nova, mais ou menos como acontecia com meu plano de saúde no Brasil. Mas acontece que é um pouquinho diferente.

Primeiro, uns dois meses antes de a minha carteirinha vencer, eles me mandaram uma carta falando sobre o vencimento próximo e dizendo que eu precisava comprovar a minha permanência no Quebec para poder renovar a carteirinha. Eu já tinha lido (e eles mesmo me falaram quando fui lá pela primeira vez) que eu deveria informar a Régie se eu ficasse fora do Quebec por mais de seis meses num dado ano. Logo, como não fiquei, achei que não fosse precisar fazer nada — mas achismo meu mesmo, porque se você ler a documentação no site, está tudo explicado.



Enfim, junto com a carta, eles enviam um formulário de renovação, que possui um campo para informar mudança de endereço, se for o caso. Eles listam também quais documentos são aceitos para comprovar a permanência do Quebec, e tem pra quase todos os gostos: de recibo de pagamento pelo empregador a fatura do cartão de crédito com evidência de gastos feitos no Quebec, passando por histórico escolar de universidade. Então, apesar da minha surpresa em ter que comprovar, não teve muito problema: juntei a papelada (só cópia simples), coloquei num envelope e mandei. O único pensamento preguiçoso foi o de pensar em ter que fazer isso todos os anos.




Mas aí, a outra surpresa: quando a carteirinha nova chegou, a primeira coisa que vi foi a validade. Dessa vez, 2020! Acho que é só mesmo para tentar, dentre outras coisas, evitar prejuízo do pessoal que chega aqui no Quebec, faz o landing e corre pra outra província no dia seguinte. Ah, e para quem está em vias de renovar a carteirinha, uma dica: façam a renovação assim que a carta da Régie chegar, porque pode levar de um a dois meses pra receber a nova (e você pode ficar descoberto nesse período).

À bientôt!