quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Você sabe que está no processo de imigração pro Canadá quando...

1. seu corpo está no Brasil, mas sua cabeça está no Canadá;

2. você acompanha o sobe e desce do dólar com mais aperto do que de costume;

3. não pode ver alguém com uma camisa onde se lê "Canadá" que acha que é um sinal;

4. não pode esbarrar com uma folha de bordo no Google que também acha que é um sinal (e chora);

5. sente um aperto no peito e até culpa por saber que seus pais, irmãos e outras pessoas amadas vão continuar sofrendo as agruras de um país terrivelmente injusto, enquanto você... bem... nem tanto;

6. volta e meia ouve a pergunta "e quando é que você vai embora pro Canadá?" de pessoas próximas;

7. volta e meia ouve a pergunta "ué! Mas você não tinha ido embora pro Canadá?" de pessoas não tão próximas;

8. já sabe de cor o número do seu processo de imigração e/ou o número de identificação individual de tanto que entra no e-CAS pra ver se houve alguma modificação;

9. checa o e-mail a cada 3 horas (ou menos) para ver se - quem sabe! - foi hoje que você recebeu "aquele" e-mail esperto do BIQ/consulado;

10. só não checa a caixa de correio com a mesma frequência porque, bem, uma hora você tem de ir trabalhar e comprar comida, né?

11. consegue encaixar as palavras "Canadá", "Montréal", "Toronto", "Québec", "imigração" e "residente permanente" em qualquer contexto, em qualquer lugar, mesmo que a rodinha de amigos no boteco depois do trabalho esteja discorrendo sobre reciclagem de garrafas pet;

12. tem receio de falar que vai embora, mas morre de vontade de contar pra todo mundo;

13. faz malabarismos para explicar os motivos da sua imigração sem parecer preconceituoso e sem que soe como se desdenhasse do prato em que comeu;

14. ouve daquela tia ixperta: "então é por isso que você ainda não casou?";

15. resolve começar a ler livros em francês/inglês e descobre que, mesmo conversando horrores nesses idiomas, ainda tem muito que aprender;

16. quer mandar publicar no jornal que conseguiu entender duas frases seguidas - SE-GUI-DAS! - em francês na Rádio Canadá;

17. fica meio perdido quando falam em "Avenida Brasil", "Ratinho" e "Faustão", mas entende direitinho quando falam de C'est bien meilleur le matin, Les Parent e Têtes à Claques;

18. achava que o Canadá inteiro era bilíngue, descobriu nas pesquisas para o processo que não é bem assim, e agora doutrina todo mundo sempre que aparece uma oportunidade;

19. sente quase um desespero de vontade de ir embora, mas morre de medo de chegar no Canadá e não saber o que fazer;

20. fala, em alto e bom som, que não tem medo de frio, que na verdade até prefere ao calor tropical, mas secretamente teme mudar de opinião depois do primeiro inverno em terras canadenses;

21. muda os idiomas do Facebook, do celular, do Windows, da TV, da geladeira, e se sente o máximo;

22. é acusado(a) de fazer comparações entre o Brasil e o Canadá o tempo todo (com claras vantagens deste sobre aquele, óbvio);

23. começa várias frases ou postagens de blogs com "quando eu estiver no Canadá...";

24. faz listas do que vai sentir falta do lado de lá dos trópicos;

25. usa potinho de iogurte como copo quando os de vidro quebram, só pra não ter que gastar comprando outro;

26. já reclamou do BIQ, do MICC, do consulado, da Maura, dos Correios (que entraram em greve), do porteiro (que não separou a correspondência) ou de todos juntos;

27. fica com prisão de ventre cada vez que o CIC anuncia que novas regras de imigração entrarão em vigor;

28. criou um blog pra relatar o processo;

29. fez vários novos amigos, virtuais e/ou reais, por conta desse blog;

30. entra em vários sites de estatísticas sobre clima, hidrografia, emprego, relevo, população, criminalidade, educação, tudo sobre o Canadá, quando nunca fez o mesmo em relação ao Brasil.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Bandes-annonces

Voilà le premier article en français de mon blog! Il faut avoir un peu de courage (?) pour le faire, mais je crois que c'est une démarche importante vers la maîtrise du français (maîtrise! Ha!).

L'article sera très court parce que (1) je n'ai pas beaucoup de temps aujourd'hui et (2) je voudrais seulement partager ces deux vidéos avec vous qui aimez les jeux vidéos ET qui parlez ou apprenez le français. C'est une façon plus amusante, je pense, d'écouter et pratiquer un peu la langue.

La première vidéo est de Watchdogs, un jeu développé par Ubisoft Montréal. Il s'agit d'un monde (ou une ville, pour être précis) où toutes les informations sont reliées et peuvent être accédées par un portable. Je suis sûr qu'il y a des gens qui diront que le jeu est violent - comme si le monde réel était moins violent - mais je le trouve vraiment interessant et, si l'histoire est bien écrite (ça veut dire, si on ne doit pas seulement tuer des personnes), ça peut devenir un grand jeu!






La deuxième est la bande-annonce de Batman: Arkham Origins. C'est la troisième partie de la série de jeux dans l'univers de Batman, après Batman: Arkham Asylum et Batman: Arkham City. Si vous aimez les jeux vidéos et ne l'avez pas encore joué, je suggère très fortement que vous le fassiez le plus tôt possible! La troisième partie de la série a lieu quelques années avant les deux premières jeux. Ça veut dire que Batman va rencontrer certains personnages de son univers par la première fois.





Très bons ces vidéos, n'est pas? Et pas difficile à comprendre :P

C'est tout pour aujourd'hui. Je ne vais pas écrire toujours en français, donc il ne faut pas fuir et se cacher à cause de mon français. Et si vous avez des corrections à faire, faites-en! Je ne suis pas trop sensible!

À bientôt!

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Atualização de endereço

Menos um problema!!! Meu novo endereço já consta no e-CAS! \o/

Pra falar bem a verdade, fiquei surpreso. Não achei que veria alteração lá tão cedo. Mas é bom saber que meu endereço agora está certinho e que, na eventual e improvável hipótese de o consulado ou o CIC mandarem correspondência pra mim, receberei no endereço certo! Uma preocupação a menos.

Enquanto isso, para os que ainda não foram chamados para a entrevista, há esperança: até ontem,  pelo menos, havia gente sendo convocada para setembro. Então, cruzem os dedos!

Há relatos também, em fóruns e blogs, de que os pedidos de exames médicos para o pessoal do fim de 2011 continuam! Quem é dessa época e ainda não recebeu, cruze os dedos também!

Bonne chance à tous!

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Liste des choses à faire au Québec

O último post foi daquele tipo em que eu fico ligado em 220 V perigando queimar. Minha mania de querer controlar todas as variáveis das inúmeras equações que regem a vida do "ceru mano" nunca dá bons resultados. Então, eu resolvi levar a coisa do "como será minha vida no Canadá" para um outro lado. Et voilà, acabei com uma lista (sim, me amarro em listas) de coisas úteis, inúteis, possíveis e só-Deus-sabe se dá, só pra relaxar um pouco. Fiz na ordem que apareceu na cachola; portanto, nada de "o mais importante primeiro" (até porque, se for depender de importância...).

Ramulá:

1. Aprender esgrima (sim, porque eu cresci jogando RPG de fantasia medieval);
2. Aprender a cozinhar (porque, afinal de contas, nem só de Lasanha Perdigão congelada vive o homem);
3. Treinar o sotaque francês quebeca até falarem: "nossa, se não fosse por essa sua cara de árabe sem-vergonha eu juraria que você é quebeco da gema!";
4. Andar a pé, de metrô e de ônibus pra cima e pra baixo em Montréal, sem medo de ser feliz (em São Paulo, eu até faço isso - fora o ônibus - mas quase sempre olhando por cima do ombro);
5. Jogar certos jogos de computador e vídeo game ATÉ O FIM (é, porque volta e meia a vida me faz abrir mão de jogar vídeo game pra ir cuidar de outras coisas, tipo, trabalhar);
6. Voltar a dirigir (detesto, mas duvido que eu sobreviva ao apocalipse zumbi em Montréal se estiver a pé);
7. Aprender a patinar (de verdade, nada daquele desliza-desliza vergonhoso de leão marinho que veio à superfície);
8. Ir assistir um jogo de hockey;
9. Aprender o sotaque inglês de quebecos que o estudaram como segunda língua (só pra poder tirar sarro);
10. Aprender o sotaque francês dos canadenses anglófonos quando tentam falar francês (mesmo motivo acima);
11. Saber a história do Québec e do Canadá de trás pra frente pra fazer valer toda a pesquisa que fiz para a entrevista (e pagar de gostoso quando for mostrar Montréal pra algum amigo/parente que for me visitar);
12. Arrumar um tempo para estudar todas as línguas estrangeiras que eu ainda quero aprender nesta vida;
13. Escrever um livro (até já escrevi um, mas nunca nem tentei publicar; eu tinha, tipo, 20 anos, então, bem.. próximo);
14. Se der certo com o primeiro livro, virar escritor em período integral. E tirar onda com isso;
15. Dar mais uma chance aos shows musicais e concertos (eu gosto de música, mas não gosto de pagar $400 pra ficar de pé ouvindo músicas que já conheço com neguinho emocionado uivando do meu lado);
16. Tentar fazer alguma coisa na área de vídeo game. Roteiro, tradução, testes, ou até o café pro pessoal que trabalha de verdade com isso;
17. Fazer uma facul nova;
18. E um mestrado;
19. E quiçá, um doutorado, e até dar aula;
20. Reler todos os meus livros preferidos, só que em francês;
21. Ter a MINHA casa. Não algo alugado, cujo azulejo da cozinha te deixa deprimido e cujo chuveiro queima toda hora, mas algo MEU mesmo, do MEU jeito (ou que eu ponha como tal);
22. Entender a política e história do Canadá para ver se consigo opinar com propriedade, algum dia, sobre a questão anglófonos x francófonos (ou se só fico vendo a peleja com um balde de pipoca na mão);
23. Acampar em uma daquelas reservas florestais. E ver uma daquelas colmeias gigantes ou um urso (de longe... nada de abraços);
24. Aprender a programar (além de sempre ter tido curiosidade, informática ainda é uma área que rende bons empregos. Então, vai que, né?);
25. Fazer mais cursos relacionados às coisas de que gosto (idiomas, cinema, informática, vídeo game, literatura);
26. Comprar na Amazon e não pagar frete! \o/;
27. Viajar pelo mundo com passaporte canadense;
28. Voltar a fazer trabalho voluntário;
29. Ter uma garagem ou depósito para usar como marcenaria/carpintaria (embora eu tenha de aprender marcenaria e carpintaria primeiro. Mais um curso);
30. Estar tão estável e bem de vida a ponto de comprar um cachorro;
31. Aprender a atirar com arco e flecha (acho que tenho até mais vontade de manejar o arco do que de combater com espadas);
32. Pagar de súdito da rainha, Dona Bete II, a Véia;

Pronto. Bastante besteira por um dia. E parece até que estou indo para o Canadá a passeio, né? Vai ser interessante ver o que vai vingar dessa lista.
À bientôt!

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Quem sou? Onde estou? Para onde vou? Essa eu sei!!!

Eu vou para o Canadá. Para o Québec. Vou para Montreal, a não ser que apareça alguma oportunidade sensacional em outra cidade da província. Mas, em relação ao resto, tudo sempre foi, e continua sendo, uma incógnita.




Agora que a bagunça mundana que eu vinha enfrentando terminou, minha mente começou a se voltar para como vai ser minha vida daqui pra frente, e, principalmente, depois da imigração. Eu não sei se me classificaria exatamente como uma pessoa ansiosa. Não perco o sono com coisas que eu não posso mudar ou que estão muito longe. Mas fico pensando em várias dessas coisas. Sempre fui de antecipar cenários para tentar me preparar e ter "rotas de fuga" caso algo não dê certo. Mas me explica, minha amiga dona de casa: COMO você faz isso se você vai mudar de país e mal conhece a língua, muito menos a cultura, o mercado de trabalho, o pensamento da sociedade, as opções de estudo, a dinâmica de relacionamentos e por aí vai? Sim, porque não é pelo fato de eu ter pesquisado para a imigração ou ler artigos que eu virei PhD em Québec, né? E aí, será que sou ansioso?

Então, tentando dar ordem às coisas, está mais ou menos assim: eu não tenho mais muito saco ânimo no meu trabalho. Nunca tive, se eu parar pra pensar, mas, pelo menos, sempre fiz tudo que tinha de fazer, e acho que bem. Continuo fazendo isso, mas cada tarefa agora me parece mais estressante, burocrática, inútil e estúpida que antes. Eu me pego, às vezes, questionando coisas que já questionava internamente, fazendo perguntas que partiam de mim para mim mesmo - só que agora em voz alta, pra todo mundo ouvir. Tenho tentado frear esses impulsos porque boa parte dos que me rodeiam não veem a questão pelo mesmo ângulo, e eu não quero passar a impressão do cara que cospe no prato que comeu, embora minha posição sempre tenha sido contra a direção normal da corrente. Mas não tenho como fugir do fato de que está cada vez mais difícil ficar quieto.

Aí começo a pensar o que eu faria se eu tivesse o tempo que passo no trabalho totalmente livre. Não há resposta fácil. Algo me diz que eu dividiria as horas entre aprender idiomas, ler e escrever, mas até aí não estaria fazendo nada de mais, e em algum momento eu descobriria que essas atividades não enchem a despensa. O que eu gostaria de fazer pra ganhar dinheiro? Com o que eu acho que poderia trabalhar sem que levantar todos os dias pareça um martírio? Não sou ingênuo nem jovem o suficiente para achar que apenas paixão pelo que se faz é suficiente para dar conta de encher a barriga e o bolso, mas também não entreguei os pontos de vez para achar que é impossível extrair satisfação do trabalho. Essas questões sempre fizeram parte de mim, e algo me diz que elas continuarão fazendo.

De algum lugar dessa salada toda, começam a brotar as perguntas: o que vou fazer quando chegar no Québec? Onde vou morar em Montreal? Será que vou me adaptar à cidade? Será que consigo pagar um apartamento legal mesmo? Será que consigo arranjar emprego a tempo de continuar pagando esse apartamento legal? E que emprego será esse? Conseguirei me adaptar a ele também? Será mais um emprego para pagar as contas ou será que consigo fazer algo que realmente me interesse? E se for só pra pagar as contas, será algo para começar a vida ou estarei condenado ao peso da palavra "trabalho" indefinidamente? Vou conseguir um salário legal com esse trabalho? Conseguirei comprar os livros, os DVDs e as outras pequenas coisas que me deixam feliz (incluindo aí jogos de vídeo game \o/)? Vai dar pra usar o francês e o inglês de forma que me baste no início ou será que vou penar pra conseguir me comunicar com as pessoas? E quanto tempo vou levar para conseguir me comunicar bem nos dois idiomas? Vou conseguir lidar com as situações comuns, como ir comprar uma ferramenta cujo nome não sei pra poder desentupir uma pia (acreditem, isso pode me estressar)? E quanto a estudos? Vontade eu tenho, mas vou ter coragem e oportunidade para isso? Consigo levar três, quatro, cinco anos de estudo? Vai dar pra trabalhar e estudar ao mesmo tempo, mesmo que eu reduza o meu salário e padrão de vida? Vale a pena fazer isso? Mesmo se for pra fazer um curso que, digamos assim, não vá me abrir perspectivas gigantescas de emprego e muito menos me deixar mundialmente rico e famoso? Quanta falta eu vou sentir realmente do Brasil? Sempre sentirei falta da minha família (e olha que ela está a 1h30 de avião daqui),  mas vou conseguir ficar tranquilo sabendo que eles estão há mais de 12 horas de voo de mim? Quanta falta vou sentir da cultura, de saber mais ou menos o que esperar ao parar alguém pra pedir informação na rua ou pra pedir um serviço específico, ou quando for usar o transporte público, pagar contas, declarar imposto de renda? Como serei tratado de fato, sendo imigrante, não tendo o biotipo europeu/norte-americano padrão, vindo de um país pobre, tentando me inserir numa cultura que não é a minha, com um nome que vai soar esquisito aos ouvidos dos nativos? Vou conseguir comprar uma casa de cerquinha branca com um cachorro labrador embutido ou chegarei aos 40, aos 50 morando de aluguel e dividindo apê? Vou ficar o resto da minha vida no Canadá? Vou voltar para o Brasil algum dia? Ou acabarei descobrindo que o Canadá será uma base temporária, e que irei em seguida, por vontade, por oportunidade ou em fuga, para a Rússia, o País de Gales, o Afeganistão, a Nova Zelândia, o Congo, a Hungria?

Obviamente, não há resposta definitiva para nenhuma dessas perguntas. Mas eu penso nelas, e em várias outras, de vez em quando, seja por causa de um post que li em um blog, seja por causa de um artigo, seja por uma notícia, ou simplesmente por fruto da minha imaginação. Algumas me fazem dar risada; outras me dão medo. Mas em nenhum momento eu penso em parar. Não por uma infalível sensação de que "tudo vai dar certo" (não, nem tudo dá certo, nem na minha vida, nem na de ninguém) ou de que "pior do que está, não fica" (sim, sempre dá pra piorar um pouco), mas, sim, por curiosidade. Eu quero ver onde isso vai dar. Quero ver quais serão as respostas àquelas perguntas, se elas vão me satisfazer ou não, se elas se encerrarão ali ou se darão origem a novas perguntas.

No fim das contas, cada vez mais percebo que eu sei, sim, o que me afasta de querer continuar minha vida no Brasil, mas fica claro também que o passo que estou prestes inicia um caminho que não está mapeado em lugar algum.

À bientôt!

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Dicas de Filmes

Há algum tempo, assisti dois filmes que valem a pena, seja para treinar os ouvidos, seja como bom cinema mesmo (ao menos, na minha humilde opinião). Ei-los:

-Entre les Murs (Entre os Muros da Escola): filme francês que mostra o dia a dia de um professor da periferia de Paris que tem, como alunos, filhos adolescentes de imigrantes, em sua maioria. Ótimo para dar uma ideia de como é uma escola pública pros lados de lá - e também pra chorar abraçado ao seu diploma C2 sem entender o tanto de gíria que é disparada por segundo.




-Monsieur Lazhar (O Que Traz Boas Novas): filme canadense que, coincidentemente, também trata de um professor numa escola. Nesse caso, é um imigrante que começa a lecionar numa turma para crianças. Duas coisas, além de ouvir francês quebequense, valem a pena: algumas pinceladas sobre problemas que imigrantes enfrentam (incluindo certa discriminação) e a polêmica questão de não poder tocar numa criança sem recear ser acusado de algum desvio.


À bientôt!

terça-feira, 13 de agosto de 2013

De volta! (parte... sei lá qual parte seria)




Então, meus caros, finalmente estou de volta (se o universo não inventar alguma outra situação pra me colocar). Estou instalado na minha nova humilde residência, o que - espero! - me garanta pelo menos mais um ano e meio de tranquilidade no quesito "teto sob o qual ficar".

Uma das primeiras coisas que fiz, depois de assinar o contrato, foi mandar uma carta para o consulado do Canadá aqui em São Paulo avisando sobre o novo endereço. Como está escrito em quase todo lugar que nem o consulado, nem o BIQ, nem ninguém confirma o recebimento de nada que você manda, eu mandei a carta com Aviso de Recebimento, que já recebi de volta e está devidamente arquivado com toda a papelada do processo.

Como falei antes, no dia 18 de junho recebi um e-mail do CIC informando o número do processo e, em outras palavras, dizendo "não ligue pra gente, deixe que a gente liga pra você". Bom, saber que meu processo chegou lá em Sydney, que abriram, verificaram que estava tudo certo e me deram um número pra acompanhar me deixa satisfeito. E falo isso porque, se você começar a ler blogs pela Internet afora, verá que há verdadeiras histórias de terror ligadas ao processo de imigração, principalmente envolvendo a parte provincial. Diante de gente que teve até que pagar outra inscrição de provas de proficiência por causa de perda ou extravio de documentos, eu só posso me sentir EXTREMAMENTE grato por ter tido de enfrentar pouquíssimos percalços pelo caminho até agora - e tê-los resolvido facilmente!

Infelizmente, não é o caso de muita gente. Principalmente agora, com as novas regras. Pensem... uma pessoa muito próxima a mim passou um ano e meio se dedicando a um curso específico, que conferiria vários pontos no processo, tendo de equilibrar vida pessoal, profissional e as aulas.. tudo para chegar agora, no último dia primeiro, logo depois de ter terminado o tal curso, e descobrir que os pontos milagrosos viraram fumaça. Resultado: ela está tendo de esfriar a cabeça e apostar as fichas nas provas de proficiência, que fará agora no segundo semestre. Não é fácil. Em um dia, você tem mais que o necessário para ser aprovado. No dia seguinte, estão faltando pontos e pode ser que você não tenha onde obtê-los. É de desanimar qualquer um. Por isso, na minha humilde opinião, quem está, de fato, no processo, seja na etapa provincial, seja na federal, deveria se sentir aliviado e não desesperado. Sei que a espera é cansativa, a falta de informações é enorme, a greve atual faz a gente querer arrancar os cabelos (e eu não tiro a razão de ninguém por isso)... mas, gente, de vez em quando acho que faz bem também lembrar que ESTAMOS no processo!!! Corremos atrás a tempo, fizemos o que tínhamos de fazer, mandamos antes que certas regras fechassem ainda mais as portas, passamos por aquela porta que está cada vez mais fechada e estamos no caminho! Tem gente que não conseguiu entrar ainda, por mais que venham se esforçando. Outros não vão conseguir entrar nunca.

Aos poucos estou voltando também para a francisação online. Tive que adiar várias atividades por causa da mudança e estou super-atrasado em relação ao que já deveria ter feito. Mas, enfim, estou encarando o curso como uma ferramenta de ajuda, não como um objetivo de vida. Sem dúvida gostaria de estar me dedicando mais, e espero fazer isso agora que o perrengue da mudança acabou, mas parei com essa sangria desatada de "ter" de fazer tudo pra ontem. Afinal de contas, o próprio processo é lento e doloroso; não preciso tornar ainda mais doloroso acumulando carga que pode muito bem ser distribuída. Estou retomando meus estudos pessoais aos poucos (já que minha última tentativa em escolas de línguas foi agora no primeiro semestre, e eu, sinceramente, desisti de escolas) e encaixarei a francisação nesse tempo.

Fora isso, tenho poucas novidades. Agora é que vou voltar a reservar um tempo para pesquisas em relação ao processo. Na verdade, acompanhei por cima as últimas alterações nas regras e tenho visto que, em relação ao pedido de exames médicos, o pessoal que teve o processo aberto em novembro/2011 está recebendo de forma esporádica. Além disso, para a noooooooooooooooooooooooossa alegriiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiaaa, o tempo médio de processamento da etapa federal subiu de 22 para 25 meses. Enfin, mes amis, eu estava chutando que no início de 2015 eu estaria me preparando pra receber o visto, mas agora tá mais pro fim de 2015 - e olhe lá!

C'est tout. Bonne chance à tous et à bientôt!




quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Lista de profissões 2013 (Québec)

Só tenho dado passadinhas rápidas, e essa é mais uma. Agora é pra deixar o link para a nova lista de profissões do processo de imigração para o Québec. Aí vai:


Não sei dizer se houve dezenas de milhares de mudanças, mas pelo menos uma (brutal) aconteceu: manutenção de aeronaves, que dava 12 ou 16 pontos extras e que se tornou um dos cursos favoritos para ganhar pontos no processo teve essa pontuação zerada. É isso aí: você ainda pode mandar se tem a formação em manutenção de aeronaves, mas só vai receber a pontuação do diploma. Fora o nível mínimo de francês, que agora é B2. Só piora.

Ah, as novas regras valem até 31 de março de 2014. Só Deus sabe o que pode vir depois.

Bonne chance à tous.