quarta-feira, 29 de abril de 2015

McGill: Teste de Nivelamento

Ontem fui fazer meu teste de nivelamento para o curso de inglês da McGill. Um amigo meu, que havia feito um teste de inglês para tentar fazer uma certificação lá (certificações são cursos pós-secundários que costumam durar um ano. São meio que especializações, mas nem tanto) falou que, quando ele fez, foi assim: primeiro, um teste de compreensão oral, no estilo de sempre, com gravações que contém informações que você precisa entender e marcar numa folha de papel; depois, uma entrevista de uns dez minutos, durante a qual a entrevistadora fez perguntas básicas para testar os tempos verbais (por exemplo, "me conte uma viagem da qual você gostou muito" pra testar o passado, ou "fale como você se vê daqui a cinco anos" para testar o futuro, e por aí vai); em seguida, um teste de compreensão escrita, com um texto e perguntas sobre ele e alternativas para você marcar; e, finalmente, um teste de expressão escrita, para escrever uma cartinha e coisas do tipo.





Não me pareceu muito complicado. Ainda assim, sei que compreensão oral pode ser o cão chupando manga com azeite de dendê porque vai depender do tipo de linguagem, se tem ruído de fundo ou não, o quão claramente as palavras são pronunciadas e outros quesitos. Sei também que expressão oral pode ser pior ainda, principalmente pra mim, que fico em estado catatônico toda vez que tenho que falar em outra língua com algum  nativo. E, como esse meu amigo ficou em dúvida sobre o resultado dele, achei por bem não desprezar o teste antes de fazê-lo.

Pois bem, o teste estava marcado para ontem às 10 da manhã. Eu tinha que chegar às 9 porque precisava levar minha confirmação de residência permanente e, com isso, assegurar que o preço cobrado seria o de cidadão canadense/residente permanente. Às dez para as oito eu estava entrando no prédio e pegando o elevador. Fui ouvindo BBC no iPod pelo caminho pra fazer o tímpano e o cérebro acordarem, mas, fora isso e a leitura diária de algumas páginas do livro que peguei na Grande Bibliothèque, não sentei pra estudar. Achei melhor ir dar a cara a tapa e ser colocado num nível mais condizente com o meu real nível de inglês do que fazer testes, simulados e tudo mais só pra "ir bem na prova".

Fiz o registro e apresentei a confirmação de residência permanente. A menininha simpática que me atendeu me fez preencher dois formulários e, no final, me entregou uma folha em que estava impressa o meu nome e continha orientações gerais sobre o teste e o curso. Tudo não durou nem dez minutos, e aí ela falou que eu podia ir passear até a hora da prova. Mal tinha dado nove horas, então lá fui eu pro lado de fora esperar. Queria encontrar alguém que fosse fazer o teste também pra trocar uma ideia e afiar a língua, mas, fora uma chinesa que fez cara de que não entendeu nem quando a atendente falou "good morning", não vi mais ninguém que eu pudesse aborrecer com a minha ansiedade. Troquei  mensagens com a minha família, e isso é legal porque, de alguma forma, dá a sensação de que eles estão sempre por perto.

Faltando quinze minutos, lá eu entrei no prédio de novo e fui pra sala indicada. Impressionante a organização: além de tudo no nome de cada estudante já estar separado na hora do registro, tomaram todo o cuidado de colocar plaquinhas pra todo lado indicando o caminho onde seria a prova. Foi fácil achar, até porque tinha uma filinha já na entrada. Um carinha simpático e um homem mais velho, com cara de professor, estavam fazendo a conferência cara-crachá de todo mundo. Eu assinei onde indicaram e fui pra dentro da sala.

A Prova Escrita

Pontualmente às 10:02 (é Canadá, gente, não Inglaterra), o diretor do curso entrou, deu as boas vindas a todo mundo e passou algumas explicações sobre como a coisa funciona. E aí vi que a prova ia ser beeeeem diferente da que o meu amigo tinha feito. Ele disse que a gente receberia uma folha com três questões e que poderíamos escrever o tanto que quiséssemos, mas sem exceder o número de linhas que estavam impressas para cada questão. Terminada essa parte, iríamos receber um cartãozinho colorido que indicaria a sala em que faríamos a entrevista. E só! Nada de texto, nada de gravação com estranhos na padaria discutindo o preço do bolinho ou coisa do tipo.

As questões eram bem basiconas: a primeira pedia para eu falar sobre mim e dizer quais eram meus planos para o futuro; a segunda pedia para eu falar dos aspectos positivos e negativos de uma viagem memorável; e a terceira queria que eu apontasse um problema que a sociedade moderna enfrenta e qual a minha opinião a respeito. Não contei, mas acho que cada questão tinha de 10 a 15 linhas para resposta. Convenhamos, não é muita coisa, né? Eu achei bem tranquilo, e isso me relaxou. Levei pouco menos de meia hora para terminar.

Quando saí, o carinha simpático me passou um cartão amarelo no qual estava escrito em que sala eu faria a prova. Ele me indicou o corredor certo e lá fui eu. Também não foi difícil achar porque já havia algumas pessoas esperando. O pessoal da prova separou três salas para a entrevista, e cada cidadão que terminava a parte escrita recebia um cartão de cor diferente (uma cor para cada sala), de modo que ficava tudo distribuído de maneira igual. Fiquei esperando do lado de fora, onde já tinha uma mulher que fez cara de poucos amigos quando me viu. Parei um pouco afastado e fiquei encostado na parede. Vai que morde, né?

A Prova Oral

Enquanto esperava (já tinha uma outra menina dentro da sala sendo avaliada), fiquei vendo o pessoal e notei uma coisa: tinha asiáticos de todas as cores e tamanhos. Sem dúvida alguma, foi o grupo mais bem representado ali. De um universo de umas 30 a 40 pessoas, contei só 6 que não tinham as feições asiáticas (eu faço parte dos 6). Logo o corredor virou um trailer da Torre de Babel, com o povo falando japonês, chinês e coreano, principalmente.

Quando a menina entrou, cronometrei e a entrevista dela durou perto de 20 minutos. Então já entrei tentando puxar umas histórias pra encher linguiça por esse tempo todo. Mas, claro, na hora é tudo  mais rápido do que a gente pensa, e as coisas acontecem sem a gente se dar conta. A entrevistadora pediu para eu sentar e pegou meu teste escrito. Só de ver as folhas, ela comentou: "nossa, você escreveu bastante!". Minha senhora, isso é porque a senhora não viu o que faço no blogue. Um post sobre comprar pão na padaria vira um tratado sobre a ação do fermento nas massas.

Então ela começou a ler as respostas na minha frente, o que me deixou um tanto constrangido. Tá, não escrevi nenhum segredo de família e nem falei de afrodisíacos, mas deu pra sacar que eu já ia ser avaliado ali, de cara, na dura, sem poder tomar um copo com água sequer! À medida que ela lia, acenava com a cabeça dando a entender que tinha gostado (mas eu fiquei em dúvida em alguns momentos), e, de vez em quando, ela pedia pra eu confirmar alguma informação que eu tinha escrito e dar mais detalhes. Ela passou relativamente rápido pelas duas primeiras questões (quis saber de onde eu vinha e se eu tinha largado tudo pra vir pro Canadá, vê se pode! E perguntou o que a minha família achava de tudo) e se deteve mais na última questão, sobre o problema social e a minha opinião. Eu não posso dizer que eu falei pra caramba porque não foi o caso. Eu conversei com a entrevistadora, no sentido de que eu falava, ela falava de volta e acrescentava um novo aspecto do quadro, daí eu comentava em cima daquilo, mas não houve uma sessão de perguntas e respostas como aparentemente aconteceu com o meu amigo. Aliás, ele disse que a entrevista dele foi gravada. Na minha, não teve isso.

O cronômetro estava batendo nos dez minutos quando ela pegou a folhinha de avaliação dela e falou algo na linha do seguinte: "Olha, eu não vou te segurar aqui mais tempo porque já ficou claro pra mim que você é um estudante avançado. Aliás, eu nem sei se você ainda precisa de inglês. Então, eu vou te recomendar pro nível avançado, que são só dois módulos e você escolhe a ordem em que quer fazer. Um é mais acadêmico, o outro é mais profissional, mas a ordem não importa, e você consegue o certificado depois de concluir esses módulos, o que deve ser bem rápido".

Silêncio.




Eu realmente fiquei sem ação. Eu não tava achando que ia pro nível do The book is on the table, mas realmente não achei que ia para o penúltimo nível do curso! Mas claro que adorei a notícia, não só pelo resultado em si (é ótimo ter um nativo elogiando o seu domínio do idioma, em qualquer situação), mas porque automaticamente me dei conta que ficarei menos pobre do que imaginava e ainda vou poder engatar o curso de francês do jeitinho que eu tava querendo!! E, para completar, como esse curso de francês provavelmente será à noite, poderei começar a procurar emprego enquanto pondero se volto ou não pra faculdade de uma vez!!!! Não é o máximo?? Vocês não acharam??? Eu achei!!

Saí de lá com o Tobey Maguire e Raindrops Keep Falling on my Head na cabeça. As aulas começam na próxima segunda, de manhã e à tarde. Tô torcendo muuuuito pro curso ser bom e vou fazer o possível pra tirar o máximo de proveito dele. Quem sabe assim destravo de vez?

À bientôt!




terça-feira, 21 de abril de 2015

Cabane à sucre e Brossard

Cabane à sucre

Com pouco menos de um mês em Montreal, risquei da lista uma das coisas que queria fazer aqui: fui a uma Cabane à sucre!


Academia pra queimar essas calorias não está incluída no pacote.


Eu e um grupo de brasileiros (alguns eu já conhecia, a maioria, não) pegamos um carro e fomos ao Domaine Labranche, um dos locais que oferece a experiência e que fica a uns 30 minutos de Montreal. Tivemos de ligar e fazer a reserva com horário, e depois que vimos o tanto de gente realmente ficou claro que é necessário. Pagamos 24 moedas de ouro canadenses por adulto para comer à vontade (não sei se é caro ou barato comparado a outros lugares porque foi o único a que eu fui até agora, mas, trocando em moedas de ouro da Dilma, pra mim tudo é caro). E é à vontade mesmo! A foto aí em cima dá o tom: começa com porções de vegetais e legumes, sopa de ervilhas e sopa de legumes. Daí vem um presuntão apetitoso, feijão, ovos, batata assada deliciosa, bacon (muito bacon), torresmo (muito torresmo), e tudo isso regado com muito xarope de bordo. É capaz de você ficar com uma artéria entupida ali mesmo de tanta gordura e tanto açúcar, mas não tem como negar que é uma delícia! Como eu não queria baixar no pronto-socorro, maneirei bastante pra não precisar reinar à força (sentar no troninho, se é que vocês me entendem) no meio da estrada. E, depois disso, ainda teve panquecas (com xarope de bordo), biscoitinhos (com xarope de bordo) e uma torta deliciosa de... xarope de bordo!

As bebidas eram à parte, exceto café e água. Depois da comilança, demos uma volta pela fazenda e vimos os baldes presos às árvores para coletar a seiva que dá origem ao xarope. É muita árvore e muito balde! Explicaram que fazem a coleta da seiva na primavera porque, no inverno, ela fica armazenada na parte de baixo da árvore. Quando as temperaturas começam a subir, a seiva também começa a ser distribuída pela árvore. Então, a primavera é ideal porque, com o sobe e desce da temperatura, a seiva também fica subindo e descendo pela árvore, e isso favorece a coleta.

Foi um passeio bem legal, e eu realmente recomendo pra quem curte um bom garfo. Há também apresentações de danças típicas, mas não no horário em que a gente foi. Então essa parte vai ficar pra próxima.


Brossard

Como era sábado e o tempo estava bom, esticamos o passeio até Brossard. Gente, eu imaginava que era, tipo, uma hora pra chegar lá.. mas em vinte minutos, cataploft, lá estava eu no meio da cidade!

Achei a cidade muito bonitinha! Umas casinhas de filme, todas realmente sem cerca, muro e aquele aparato todo de campo de concentração que temos no Brasil. Há campos de golfe, quadras de tênis, campos de futebol, tudo isso espalhado pelas áreas residenciais. Aliás, um aspecto ali me lembrou Brasília: quando passei por áreas residenciais, eram residenciais MESMO! Não tinha padaria, vendinha, banca ou qualquer outro comércio por perto. Aparentemente, é preciso carro para poder ir e vir de qualquer lugar porque, segundo me disseram, as linhas de ônibus não são tão frequentes. Mas que é uma visão de outro mundo aquelas ruas com casinhas ajeitadinhas, isso é!


A minha é a da esquerda. Desculpa.


Passamos por uma área de classe média e uma de classe alta, e a diferença era, basicamente, o tamanho das casas. Segundo colegas me disseram durante o passeio, os da classe alta não ganham muito mais do que os da classe média, o que corrobora a ideia de que os desníveis sociais são realmente menores por aqui.

Outra coisa que me disseram é que existem condomínios na cidade que são administrados por pessoas maiores de 60 anos e voltados exclusivamente para pessoas dessa faixa etária. Os apartamentos são construídos e adaptados de forma a suprir as necessidades e ajudar nas dificuldades que pessoas que já passaram dos 60 podem ter, como problemas de locomoção ou sustentação. Me disseram também que esses condomínios contam com estruturas externas voltadas para a terceira idade, como serviço de enfermagem, áreas de lazer específica e eventos de integração. Achei a ideia bem legal, e fiquei imaginando a qualidade de vida que esse pessoal deve ter!

E o comércio? Bom, ele está distribuído pela cidade, mas há uma área chamada Quartier Dix30 em que estão agrupados vários shoppings e lojas. É um espaço enoooooooooorme, com lojas de todo tipo e vários restaurantes. Tem também cinemas, livrarias, academia e o escambau! É muita coisa, e fiquei com a impressão de que realmente só vi uma parte. Um shopping gigante a céu aberto.

Depois de perambular bastante (e sem comprar nada, porque o dinheiro que eu trouxe é pro leitinho das crianças do papai aqui), fui ao Complexo Esportivo Bell de Brossard, um lugar também enorme, onde você encontra quadras de futebol, de hóquei, academia, loja, bar... enfim, outro mundo de coisas. Quando fomos lá, estava tendo a final de um campeonato de hóquei cujos jogadores eram todos maiores de 55 anos! Muito legal ver os tiozões (e vozões!) jogando com uma energia que dava inveja!


Enfim, foi um passeio bem legal e, porque não, instrutivo também. Deu pra conhecer uma tradição canadense e também um pouquinho dos arredores da cidade na qual estou morando agora. Mas ainda tem muita coisa pra explorar, e eu fico só imaginando quando poderei começar a perambular por aí sem me preocupar com a grana que estou gastando..

À bientôt!

sábado, 18 de abril de 2015

Star Wars Teaser Trailer #2

Interrompemos este blogue para gritar ensandecidamente que o segundo trailer do próximo capítulo de Guerra nas Estrelas (ou Star Wars, para quem nasceu depois da padronização do nome dos filmes) saiu e é FODASTICAMENTE BOM!!!




A música, a Millennium Falcon, o Luke falando, a Star Destroyer soterrada, as X-Wings voando, as TIE Fighters modernosas, os Troopers, o Chewie, o Han Solo veião... cara, tá tudo muito bom!!! Me deixou histérico igual adolescente de colegial em show de Restart!

Se tiver algum nerd aí, se manifeste pelamordedeus, nem que seja por e-mail!! Não me deixe sendo esquisito sozinho!

À bientôt!

terça-feira, 14 de abril de 2015

Um mês nas Terras do Norte!

Nem acredito, mas hoje estou completando um mês de Canadá!





Não acredito por dois motivos: primeiro, durante tanto tempo eu pensei e "dispensei" em morar fora do Brasil (desde a adolescência, na verdade) que é difícil agora entender que estou fazendo isso agora. Segundo, porque esse primeiro mês passou tão rápido que eu praticamente nem vi!

Quando paro pra pensar, contudo, vejo que fiz bastante coisa: tirei o NAS, abri conta em banco, dei entrada na Assurance Maladie, comprei um número de celular, conheci pessoas novas, comecei a m orientar na cidade, fiz inscrição no curso de inglês da McGill, tive experiências cotidianas bem legais (como o caso do restaurante chinês que contei) e outras nem tão boas (como ficar travado na hora de falar alguma coisa em inglês/francês), assisti palestras de integração para recém-chegados, procurei apartamento (e achei! Peguei o contrato justamente hoje, e vou escrever um post sobre isso depois), vi neve de verdade caindo, encarei sensação térmica de -15 ºC, dei informação na rua (!), me assustei com preços no supermercado... enfim, tudo isso junto, muito mais e misturado!

Não posso responder à pergunta "valeu a pena?" ou mesmo a "está valendo a pena?" simplesmente porque é muito cedo pra isso. "Valer a pena", pra mim, tem a ver com recomeçar a vida e fazê-la seguir numa direção mais próxima do que eu considero legal pra mim. E isso inevitavelmente levará tempo. Algumas decisões que tomo agora só poderão ser encaradas como boas ou ruins daqui a algum tempo. Mas as primeiras impressões são positivas, e eu vou falar sobre elas num post (ou talvez um vídeozinho) que estou preparando em reposta a algumas perguntas que chegaram pra mim por e-mail. Aguardem! :)

À bientôt!

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Entrei na McGill! :)



Tá bom, não é como se eu tivesse sido aceito pra um curso de graduação ou pós. Não tive de enfrentar milhares de candidatos e mostrar o meu valor. Não foi preciso sacrificar nenhum tributo. Afinal, é só um curso de inglês e acho que, pra não entrar, só se as vagas tiverem sido ocupadas ou se você não puder pagar.

Mas, ainda assim... entrei!! Como venho falando há um tempo, meu foco neste primeiro ano vai estar voltado para os idiomas. Para trabalhar na minha área ou voltar para a faculdade, o inglês e o francês têm de estar tinindo, não importa meu  nível de ansiedade. E, em se tratando do inglês, dentre as dezenas de opções que existem para aprender ou melhor o idioma, eu escolhi o curso da McGill.

Por quê?

Tive excelentes de referências de pessoas que já fizeram o curso. Todas, de vários níveis, disseram que aprenderam muito com o curso. Além disso, é um curso intensivo: vai me deixar quase seis horas por dia, de segunda a sexta, em contato direto com o idioma, fora os trabalhos, as leituras e lições de casa pra fazer. E, como se não bastasse, ele ainda é aceito pela própria McGill como prova de proficiência no idioma (tá, convenhamos, que é o mínimo, né? Se eles oferecessem um curso de proficiência e, no final, exigissem um IELTS da vida pra entrar na faculdade, não daria muita credibilidade). Ou seja, se eu resolver voltar de verdade pros bancos da faculdade e tentar entrar na McGill, é menos um requisito a cumprir.

Pra entrar, foi bem simples. Primeiro, fiz um cadastro que me deu acesso ao formulário de inscrição. Nele, além de dados pessoais, você informa também o curso que quer fazer, qual o trimestre em que vai começar (inverno, verão ou outono) e insere outras informações, como escolaridade e status no país (para residente permanente, os preços são mais em conta). No fim, você envia o pedido e faz o pagamento da taxa de inscrição, que custa 80 moedas de ouro canadenses e não é reembolsável, independente da decisão.

Depois disso, você espera uns dias e recebe um e-mail ou uma carta (no meu caso, foram os dois) dizendo que eles receberam o pedido de inscrição e solicitando que você mande os documentos necessários e faça o pagamento da tuition, que é como se fosse o valor do módulo ou trimestre, e que pode variar dependendo de o curso ter créditos ou não, e de quantos créditos você vai pegar. No meu caso, o curso não tem créditos (até onde vi), então o valor é fixo por módulo. Em relação aos documentos, me pediram só o passaporte, a confirmação de residência permanente e o certificado de conclusão do ensino médio ou diploma da faculdade. Pude enviar o passaporte pelo próprio sistema de inscrição da McGill, mas a confirmação de residência e o histórico só por correio ou por e-mail.

Aí, foi meio que um revival de curta duração do processo de imigração. Conjugar o verbo attendre, tentar não ficar obcecado com o negócio (porque, pra mim, é fundamental começar a estudar algum dos idiomas o mais rápido possível), entrar todo dia no sistema pra ver se tinha alguma alteração... e o pior é que, mesmo que o sistema indique que você foi aceito, só a cartinha formal deles serve como um comprovante legítimo de aceitação. Alguns proprietários de apartamentos, por exemplo, aceitam melhor a ausência de histórico de crédito na hora de alugar se você for estudante - mas aí você tem que comprovar que é estudante, seja com uma carta de aceitação ou com a carteirinha da universidade.

Duas semanas depois, volto eu de mais um passeio à biblioteca (tô pensando em morar lá, será que aceitam que eu fique de vigia em troca de abrigo?) e me deparo com o envelopinho da McGill me esperando debaixo da porta. Abri com cuidado, mas afobado, e lá estavam o recibo do meu pagamento e a carta de aceitação!




Veio também o local, a data e o horário do meu teste de nivelamento, que vai me permitir saber em qual dos módulos vou começar (e, assim espero, terminar tudo em menos tempo). A admissão vale por um ano. Se eu não concluir o curso nesse período, tenho de fazer um novo pedido de admissão.

Com isso, comecei a sentir pra valer que as coisas estão andando! Vou dar o gás para sair de lá com o inglês tinindo e deixar mais uma etapa pra trás! Agora preciso saber o que fazer em relação ao francês, mas acho que só depois do teste de nivelamento pra eu ter uma noção mais próxima da realidade...

Se alguém tiver interesse, taí a página do curso.

À bientôt!

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Bureau en gros, comendo fora e passeio!

Depois da semana de palestras do governo, a última foi bem mais tranquila. Quer dizer, tranquila no sentido de não ter muito horário pra nada, mas ainda assim foi cheia de atividades. A principal foi a busca por um canto para chamar de meu, mas isso eu vou contar num outro post, quando já tiver meu cafofo.


Bureau en gros

Uma das coisas que precisei nessa semana foi imprimir algumas folhas avulsas. Sem ter impressora no apartamento, saí à cata de informações sobre onde eu poderia fazer isso. Descobri que bibliotecas e mesmo algumas farmácias fazem isso, além, claro, de lan houses. Mas me sugeriram um outro lugar, e eu resolvi experimentar: o Bureau en gros.

Em resumo, é uma loja grande de material para escritório. Além de cartuchos para impressora, cabos para equipamentos, papel e outros materiais, eles oferecem vários serviços - incluindo o de cópias e impressões. Peguei o endereço do Bureau en gros mais próximo e lá fui eu.

Demorei um pouquinho pra achar porque ainda não me acostumei com algo que parece ser comum por aqui: boa parte das lojas está dentro de prédios que funcionam como galerias ou mini-shoppings. Então, quando vou atrás de algum lugar, meu subconsciente está sempre procurando lojas igual eu via no Brasil, abertas pra rua, com letreiro/logo em cima, placas ou coisa do tipo. Aqui, eu juro pra vocês que eu não consigo dizer se um prédio é residencial, comercial, se é uma mistura dos dois, se é um shopping, uma galeria... Enfim, uma hora eu entendo como isso funciona. O fato é que fiquei um tempo dando voltas no lugar até me dar conta que provavelmente a loja estava dentro do prédio. E não deu outra.

Procurei o balcão de cópias e impressões e falei com o rapaz que lá estava que eu tinha duas páginas para ser impressas e perguntei se podia fazer ali. Ele perguntou se era papel comum e eu disse que sim. Aí ele disse que ele poderia fazer, mas que custaria 3 moedas de ouro canadense, enquanto se eu fizesse no self-service deles, a impressão colorida sairia por CAN$ 0,39 e a impressão em preto, por CAN$ 0,19. "Eu só vou lá e faço tudo sozinho?"; "Isso aí". Então tá.

Gente, cheguei lá e realmente me senti no primeiro mundo: havia impressoras e copiadoras numa área relativamente pequena, mas totalmente aberta. Ao lado de cada máquina, um totem para você inserir pendrive ou outro equipamento com USB e a parte para inserir cartão de crédito. Há um visor digital também que te permite buscar arquivos no Drive ou no Dropbox, por exemplo. Você insere o cartão, ele pede pra você colocar o pendrive, você escolhe o arquivo que quer imprimir, diz quantas cópias e voilà

Agora, dou três chances pra vocês adivinharem como eu me senti diante disso tudo.




Restaurante chinês

Algo que não falta aqui em Montreal é restaurante. Minha vida de recém-chegado que precisa economizar não me permite ir comer fora todo dia pra desbravar a cidade astronomicamente, mas, uma vez ou outra, apertando até que dá. E aceitei um convite para ir a um restaurante na rua em que estou morando.

De cara, já gostei do lugar porque ele me lembrou a abertura do filme Indiana Jones e o Templo da Perdição (nerdice nível master blaster). Na verdade, o lugar tem pouco a ver com o salão que aparece no filme (exceto, talvez, pelas mesas), mas senti todo um ar de Indiana Jones ali. A comida também era muito boa, pratos que eu nunca tinha provado em restaurante chinês no Brasil e outros com textura, recheio ou aspecto diferente do que eu conhecia. Mas nada, nada mesmo, superou o fato de ser atendido... em chinês.

Sério, à exceção da menina do caixa, todo mundo que passou oferecendo os pratos (vários garçons e garçonetes passam com um carrinho com diferentes pratos, mais ou menos como um rodízio, mas você paga por prato consumido) falava só chinês!! Era hilário ver o povo chegando na sua mesa, abrindo a boca e você sem fazer ideia se eles estavam perguntando se você queria um prato X, se queria sobremesa, se estava sendo bem servido, se estava com frio, se queria sorvete de pitanga ou jogar peteca. É uma algazarra contida, pode-se dizer, porque eles falam alto (como se isso fosse ajudar), mas acabam mostrando o prato pra você e você escolhe pela aparência (a não ser que já conheça, claro).

Dei muitas risadas contidas e adorei a experiência! Infelizmente, não peguei o nome do restaurante pra poder indicar, mas ele não fica muito longe daqui. Então, quando passar por lá de novo, eu pego o nome e coloco aqui. Vale a pena!


Passeio no Vieux Port

No fim de semana, senti falta de ver um pouco da Montreal que eu tinha visto em 2013 e que achei bonita. No inverno (e no começo da primavera, diga-se de passagem), a cidade fica com um jeito morto, sem cores e, embora a neve possa dar um aspecto legal a vários lugares, a beleza da cidade sofre com a ausência de árvores frondosas. Meio como a Jennifer Lopez sem maquiagem.

Então, fui lá pra um dos lados mais antigos da cidade, o do porto, uma região bem turística com construções antigas e coladinha no rio. Foi bem legal rever lugares em que estive em 2013, embora sem o mesmo colorido. Deu pra passar uma tarde legal por lá, e tirei até algumas fotos, olha aí:











À bientôt!