Esse dia foi praticamente todo dedicado a ficar um tanto longe da cidade. Resolvemos ir às ilhas de Notre-Dame e Sainte-Hélène e explorar o que há lá.
Foi o primeiro e um dos únicos dias em que pegamos metrô. Foi bom para conhecer e para ver que ele, aparentemente, é menos entulhado de gente que os que conhecemos. As máquinas de vendas de bilhetes são bem simples e o próprio sistema da rede é tranquilo. Não há, por exemplo, divisão em zonas como em Londres e certas cidades da Alemanha. Então você compra o bilhete na máquina e vai ser feliz direto na catraca, que é do tipo que "puxa" o bilhete e devolve. Pegue de volta, caso algum fiscal resolva te pedir em algum momento (não aconteceu com a gente).
Enfim, fizemos baldeação e tudo e chegamos no parque Jean Drapeau bem rápido. E gente... que lugar desolado! Explico: quem leu outros posts sobre a viagem notou que, aqui e ali, eu comentei que não estava vendo muitas pessoas nas ruas e tal. Bom, talvez alguém que já está morando em Montréal há um tempo possa dar uma explicação, mas a verdade é que, passados cinco dias, eu achei a cidade praticamente deserta. Claro que minha referência é São Paulo, que se assemelha a um estouro de manada de gnus, mas sério, eu achei a cidade vazia demais. O parque então... certo, eu sei que o outono estava se instalando e que as temperaturas não estavam mais altas e tudo aquilo. Mas e aí? É assim mesmo? O verão acaba e todo mundo se esconde, mesmo antes de fazer -20ºC?
Olha! Pessoas! |
Vaziooooooo |
Desertoooooo |
O parque Jean Drapeau fica numa das ilhas menores entre a ilha de Montréal e Longueuil. É enorme, e tem algumas atrações turísticas bem interessantes, além da área verde em si, extensa e muito, muito bonita. Fomos andando bem tranquilamente, eu chocado e me sentindo num filme de terror, vendo quiosques de comida, cachorro-quente e outras coisas fechados com cadeado, aquele monte de folhas sendo soprado de vez em quando pelo vento, caminhos e trilhas praticamente desertos. Na verdade, fora as poucas pessoas que desceram com a gente no metrô e que, obviamente eram turistas, parecia não haver viva alma no parque. Aliás, nem alma, quanto mais viva.
Nossas andanças, além de nos levar a cenários bonitos, também nos conduziu ao Stewart Museum. Ele está sediado numa antiga fortaleza militar e o acervo é bem focado nisso. Havia uma exposição temporária de cartografia e foi bem interessante ver mapas confeccionados nos anos 1500 e 1600 e como eles retratavam áreas, países e continentes cujas formas e contornos diferem, às vezes, muito do que conhecemos. Gastamos umas duas horas lá, e ainda ouvimos do cara da recepção que ele tinha ficado feliz em ver que a gente passou tanto tempo lá vendo a exposição, já que a maioria das pessoas olha tudo em 45 minutos. Vê se pode!
Nosso plano era ir até a Biosfera e visitá-la por dentro, mas concluímos que não valia a pena, se pensássemos no preço e no tempo que tínhamos disponível. Então nos contentamos em olhá-la por fora, tirar fotos e fazer um lanchinho na área em volta. Foi um dos locais em que mais encontramos turistas, mas, mesmo assim, dava pra contar nos dedos.
Atravessamos a ponte para a outra ilha e chegamos ao lugar onde foi realizada a Exposição Mundial na década de 60 (mais especificamente em 1969, como um comentário ali embaixo mencionou) . Esse foi um evento que deve ter marcado mesmo a cidade, pois em praticamente todos os museus você encontra alguma referência a ele. Cobrimos boa parte da área dos antigos pavilhões dos países, que hoje não existem mais ou se transformaram em outras coisas. Essa parte do parque é muito bonita também, e finalmente vimos um número maior de pessoas praticando corrida, ciclismo ou só andando mesmo. Passamos também pelo cassino - que estava em reforma -, pelo circuito Gilles Villeneuve e vimos, de longe, o La Ronde, o parque de diversões naquele estilão antigo (fechado também).
Olha, posso dizer que realmente adorei o parque! Fiquei me imaginando indo ali, como no Parc du Mont Royal, só pra sentar e ler um pouco, ou até pra retomar o hábito de dar uma corridinha de vez em quando. É claro, quando a realidade chega, as coisas mudam. Não sei se, depois de um ou dois anos morando lá, com a vida a toda, eu (ou alguém) vai realmente pensar em esticar até o parque só para ler um pouco. A julgar pelo tanto de gente que encontramos nesse passeio de início de outono, nem os próprios montréalais pensam :P
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a Expo foi no ano de 69.
ResponderExcluira Biosfera era o pavilhao dos EUA na Expo. É um passeio rapidinho, em 2h conseguem e tem muitas atividades pra criançada, virou uma espécie de museu das aguas e méteo.
:-)
No verao o parque é super concorrido, para um piquenique deve-se chegar bem cedinho.
Oops! Não sei de onde tirei década de 80, acho que pensei nas Olimpíadas e arredondei pra cima :P Valeu pelo toque!
ResponderExcluirOlha, não tenho dúvida de que deve lotar no verão, mas fiquei realmente surpreso com a quantidade ínfima de pessoas pra todo lado. Adorei não ter tanta gente pra lá e pra cá, mas confesso que não esperava isso nessa, digamos, intensidade!