segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Viagem ao Québec - Dia 01: Chegada

Bem estilo "roteiro de agência de viagem" o título desses posts hehehe. Mas tá valendo!

Vamos lá: como a viagem foi meio que em cima da hora (pra não dizer que foi inteiramente em cima da hora), eu e meu amigo não tivemos muitas opções na hora de pegar o avião. E, como era crucial que ele passasse os 15 dias lá no Québec para tentar garantir o pontinho extra no dossiê, acabamos pegando uns voos com horários e conexões bem pinga-pinga. Fomos de São Paulo para Miami, de Miami para Nova York e de Nova York para Montreal. Corremos algum risco de perder o voo de Miami para Nova York, mas, graças aos céus, deu tudo certo! Ah, e fomos o tempo todo de American Airlines.

Os voos foram tranquilos, até onde a classe econômica permite ser. Chegando em Miami, tivemos que passar obrigatoriamente pela imigração americana. Eu juro que não sei se é porque eu não tava dando a mínima para os EUA, nenhuma vontade de parar lá nem pra fazer escala, mas achei o pessoal mais tosco e impessoal que de costume. Todos me pareceram ter aquele ar de "o que você quer aqui no MEU país maravilhoso?", da atendente do cafezinho ao próprio agente de imigração. Um monte de avisos pelo aeroporto inteiro sobre o tanto que você deve cuidar da sua bagagem, o tanto que eles têm o direito de vasculhar tudo que eles quiserem, e que você pode ser enquadrado em não sei quantos artigos da Lei Antiterror e sei lá quais leis mais. Sério, a impressão que se tem é que você está invadindo alguma coisa, mesmo que esteja só de passagem. O simples fato de você pousar ali parece já ser errado, de tanto que você é bombardeado por esses avisos, os olhares atravessados e a aspereza nas respostas das pessoas. Não que imigração, em qualquer país, seja uma maravilha. Acho que só fui tratado com sorrisos duas vezes: uma na Alemanha e outra na Inglaterra. De resto, todo mundo foi ou profissional (=fez o trabalho sem ser tosco, mas não foi exatamente simpático) ou rude. Enfim, como falei, a sensação é que você está, de fato, incomodando ou fazendo algo errado.

Mas deu tudo certo, as perguntas foram simples e eu respondi de forma objetiva para não dar pano pra manga. De lá para Nova York foi tranquilo, e lá tivemos que esperar até o voo para Montreal, que saiu só umas três horas depois da nossa chegada. E voei num avião em que nunca havia voado antes: ele tem hélices e apenas três assentos por fileira, um de um lado e dois do outro. Ah, e apenas uma comissária de bordo! Ou seja, não é um avião muito grande - e nem precisaria ser, né? O voo dura pouco menos que uma hora.

Finalmente, por volta das 5 da tarde, chegamos a Montreal. Lá, passamos pela imigração (a agente que me atendeu foi "profissional", naquela definição que dei ali em cima) e, novamente, tudo tranquilo. Levei alguns comprovantes por precaução, mas não precisei mostrar nada. E, rapidinho, lá estávamos eu e meu amigo, em terras canadenses!




A primeira providência era ir para o hotel, claro. Nós somos do tipo que não viaja com malas se puder evitar, então tínhamos, cada um, uma mochila e uma bolsa de mão. Foi ótimo, porque levamos um bom tempo até passarmos pelo guichê da imigração e, se ainda tivéssemos de ficar esperando malas, teríamos saído do aeroporto mais tarde ainda.

Enfim, a primeira coisa que notei é que o aeroporto não estava muito movimentado. Mas, tudo bem, o dia, o horário e um ou outro fator desconhecido por mim podem ter sido as razões. Passando pelo portão do desembarque, fomos procurar a máquina para comprar a passagem do ônibus. Há, basicamente, três formas de ir do aeroporto Trudeau para o centro: (1) você pode pegar um táxi, que custa, aproximadamente CAN$ 40; (2) você pode andar até um ponto específico e pegar dois ônibus (ou dois ônibus e um metrô... agora me fugiu), o 204 e depois o 211, que custam, cada um, CAN$ 4; (3) você pode pegar o ônibus 747, que faz o trajeto aeroporto-estação Berri-UQAM por CAN$ 9. Optamos pela última opção porque, primeiro, andar de táxi não é a nossa, muito menos nesse preço; segundo, para pegar o 204, você precisa ir até um ponto que é um tantinho longe do aeroporto; terceiro, o trajeto do 204/211 é mais demorado, por envolver baldeações e mais paradas; quarto, o 747 pararia perto do nosso hotel, e o passe de CAN$ 9 que você usa para embarcar nele pode ser usado livremente nos ônibus e metrôs por 24 horas a partir da validação. 




Optamos por não comprar o cartão OPUS num primeiro momento porque, como viajantes, sempre preferimos andar a pé o máximo possível. Daí, se as distâncias a cobrir fossem muito grandes e resolvêssemos que valeria a pena gastar com o cartão para ganhar tempo, faríamos depois.

Comprar o bilhete foi tranquilo. A máquina é bem simples, como um caixa eletrônico, e tem opções em inglês e francês. Como já havíamos combinado de usar francês sempre que possível, já começamos dali mesmo. E é bem fácil, pelo menos se você se informou um pouquinho antes sobre o transporte de Montreal.

Aliás, falando no francês, tenham em mente que tudo que eu contar em relação a diálogos, máquinas, transporte, letreiros, panfletos, etc foi feito em francês. Eu e meu amigo só quebramos a regra do "só francês" em duas ocasiões: para passar pela imigração e numa visita guiada que fizemos em Québec. De resto, mesmo que a comunicação estivesse difícil, resolvemos dizer que nosso inglês era pior que o francês caso alguém quisesse mudar de língua.

Enfim, de posse do bilhete, fomos seguindo as placas para o ônibus 747 (supertranquilo) e, já do lado de fora, uma mulher orientava as pessoas. Disparei minha primeira frase em francês para confirmar se a fila para embarque era ali e quando tempo o ônibus levava até o centro. Ela respondeu que, até o ponto final (Berri-UQAM), era em torno de 40 minutos.

E aí pronto: você sobe no ônibus, dá bonjour/bonsoir pro motorista, encosta o cartão no leitor e pronto. A viagem foi bem tranquila. O ônibus tinha wi-fi gratuito, e aproveitei para informar minha família de que já estava em Montreal. Não deu pra "curtir a paisagem" porque Apolo já tinha terminado seu passeio de carruagem naquele dia. Então me concentrei no mapa e resolvi que era melhor descer na segunda parada do ônibus, o que equivale dizer que nosso trajeto, do aeroporto ao ponto de descida, durou em torno de 20 minutos. Os ônibus têm botões para solicitar a parada, como no Brasil, e as portas para descer abriam automaticamente (digo isso porque, em alguns países, você mesmo é quem aperta o botão para a porta se abrir). Ah, e os ônibus não têm cobrador, não dão troco e nem aceitam notas, tá? Se você optar por pagar direto no ônibus (o que é uma opção), certifique-se de ter o valor certo em moedas.

Já na calçada, nos localizamos pelo mapa e andamos até o hotel, bem pertinho. Para esta primeira parte da viagem, ficamos no YWCA, que fica na René-Levesque. Gostei bastante da experiência. A moça da recepção nos atendeu de maneira extremamente gentil e foi bastante prestativa. Nos comunicamos o tempo todo em francês e não houve problema algum. Depois de algum tempo, notei que ela diminuiu o ritmo que usava para falar, como para se certificar de que a gente estava, de fato, entendendo. Mas ela foi a única exceção: de resto, ninguém maneirou nem pegou leve com a gente durante a viagem, o que foi bom.

Acabei não tirando fotos do quarto, mas ele é bem amplo, mobiliado com mais do que o suficiente (pelo menos pra mim, que fico no hotel só para tomar banho e dormir mesmo) e bastante limpo. Eles têm um albergue também, que estava cheio no período em que fomos. Há uma cozinha/refeitório que todos os hóspedes podem usar (e que encontramos vazio praticamente todas as vezes em que usamos), uma lavanderia com máquinas de lavar e secar, e máquinas de café e lanches tipo salgadinho chips. Ah, há também uma sala com computador para acessar a internet, mas o hotel oferece wi-fi gratuito que REALMENTE pega em todo o prédio.

Cozinha do YWCA, toda equipada (inclusive com pratos e talheres)


Refeitório do YWCA. Tem alguém aí?


Como, depois de quase 24 horas de viagem, já estávamos vendo tudo em cinco dimensões, resolvemos apenas deixar as coisas no quarto e sair para uma volta rápida. Perguntei à moça da recepção sobre um supermercado próximo, que ela nos indicou de bom grado, mas depois vimos que a rede Pharmaprix ficava ainda um pouco mais perto e tinha preços melhores. Na nossa rápida volta, vimos um pouco da René-Levesque e da Sainte-Catherine. Compramos algo para comer naquela noite e também para a manhã seguinte (não, o café da manhã no YWCA não está incluso no preço, mas pode ser pago à parte), voltamos para o hotel, tomamos banho e cada um foi para a sua cama para ter uma merecida noite de sono depois de tanto avião e aeroporto.

Quer ler sobre os outros dias da viagem? Clique nos links abaixo!

3 comentários:

  1. Pode contar mais sobre a viagem !! :D
    Passe pra me visitar no blog !

    abraços;
    Catherine
    http://meetyoutherecanada.blogspot.com.br

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  2. Mas rapaz, adorei sua viagem, especialmente pq vc fala e gosta de museus, eu e meu marido adoramos museus.
    Mas me deu trabalho pra achar todos os posts, acho q pq vc começou e saiu partindo com outros temas, dai tive q seguir as migalhas até ler todos, mas valeu a pena adorei!
    Obg por compartilhar conosco.

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    Respostas
    1. Eu adoro museu. Se vacilar, é capaz de eu ficar preso em um de tanto que não vejo o tempo passar :P

      Pois é, minha ideia era fazer os posts em sequência, mas daí achei que ficaria monótono e, ao mesmo tempo, não era sempre que eu tô disposto a falar da viagem (até hoje não acabei hehehe). Por isso, resolvi que colocaria links de um post da viagem para os outros, mas a preguiça ainda não me deixou fazer isso. Uma hora sai!

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