sábado, 7 de fevereiro de 2015

Mais tarefas cumpridas

Minha lista de afazeres vai, aos poucos, ficando menor. E já não era sem tempo! Nessa última semana, voltei a São Paulo para encerrar o contrato de aluguel. Ainda tinha coisas lá, basicamente roupas e gibis, e, por isso, fiz um convite aos meus pais para irem comigo. Além da companhia, cada um levaria um malão para me ajudar a trazer o que faltava. Mas, sendo meus pais, eles fizeram muito mais que empacotar meus gibis.

Na segunda-feira, doei os últimos pertences. Na hora de arrumar e encaixotar tudo, é aquela coisa: volta e meia, a gente depara com um objeto, uma camisa ou outra bugiganga que faz a gente pensar se não vale a pena guardar ou conservar por mais tempo, quem sabe dar uma outra finalidade... e aí é que entra a realidade: você até pode querer guardar essa ou aquela peça (além das outras que já guardou), mas, mudando de vida, quanto menos cacarecos levar, melhor. E, então, a caneca bonita vira cacareco, junto com a camisa que você acha legal, mas que só usa três vezes por ano (porque é um saco pra passar) ou o porta-retrato que foi presente de um amigo bem-intencionado, mas que é tão grande que você tem que fazer impressão de banner pra poder encher. Quando o pessoal levou as coisas embora, achei que ia sofrer um tiquinho, mas lá foram eles, e a vida segue, e ainda tem muita coisa pra fazer.

Ajudei meus pais a preparar o apartamento pra pintura. Logo depois, saí pra resolver uma pendência na Comgás (empresa que fornece gás natural pra São Paulo) e entregar o que faltava no meu ex-trabalho. Foi legal rever o pessoal, mesmo só um mês e meio depois, mas ainda não consegui me afastar definitivamente daquilo tudo. Quando vou falar de lá pra alguém, acabo soltando um "lá no trabalho" ou "o meu chefe" que entregam que ainda não cortei o vínculo pra valer. Uma hora vai, eu sei, mas eu gostaria de sentir aquele alívio por não estar mais ligado a algo de que eu não gostava.

Quando voltei ao apartamento, surpresa! Meus pais já tinham pintado TUDO! Ok, eu sabia que eles iam meter a mão na massa (minha mãe é pintora de telas, mas não importa, falou em tinta é com ela mesmo), e ok, o apartamento não é nem um pouquinho grande, mas calma aê! Eu achei que iríamos pintar juntos, e que isso levaria a segunda e a terça. Mas não. Enfim, só dá pra agradecer ter pais desse quilate, né?

Na terça, limpamos o apartamento, deixamos brilhando, e levamos tudo o que ainda estava no apartamento para o hotel onde ficamos hospedados. Foram só duas viagens (a pé) com mochilas nas costas, mas deu pra suar. No hotel, organizamos tudo nas malas com a ajuda de uma balança que pedi emprestado. Ficou tudo redondinho para ser levado para o aeroporto, e eu respirei aliviado ante à possibilidade real de não precisar pagar excesso de bagagem.

Com tudo resolvido, na quarta fomos visitar tios e primos em Valinhos, que fica a pouco mais de uma hora de São Paulo. Vergonha das vergonhas, em sete anos morando lá, eu nunca tinha tido a decência de ir lá (mas, verdade seja dita, nunca houve um convite direto). Foi divertido rever o pessoal, passamos o dia lá e chegamos em São Paulo já à noite.

Na quinta, dia da vistoria! Choveu o dia inteiro, a moça da imobiliária atrasou, mas, aparentemente, deu tudo certo: ela gostou do que viu e disse que, pelo jeito, o apartamento estava melhor do que quando eu peguei. E, modéstia à parte, está mesmo. Pintura novinha (em vez da semi-nova que eu peguei), chuveiro novo com conector (o que já estava no apartamento funcionava, mas já era muito velho, e não tinha conector), pequenos reparos feitos (e eu não tinha a menor obrigação, já que recebi o apartamento sem esses reparos)... enfim, pode não ser o Palácio de Versalhes, mas ficou bem mais ajeitadinho do que antes. Mas ainda não recebi o termo de entrega das chaves, e eu só sossego de vez quando isso estiver na minha mão.

Depois da vistoria, fui dar baixa no meu cadastro na administração do condomínio e cancelar o contrato junto à Eletropaulo (companhia que fornece energia elétrica em São Paulo). Foi tudo tranquilo e rápido, e aproveitei o tempo que sobrou pra já enviar cópias dos documentos por e-mail pra imobiliária. É tão bom poder ir tirando o peso dos ombros com essas pequenas coisas que vocês nem imaginam!

Na sexta, já sem obrigação alguma, só curti a cidade com os meus pais. Na verdade, os três estavam com cansaço acumulado, então demos um longo passeio e, à noite, voltamos ao hotel para terminar de arrumar as coisas. 

E hoje pegamos o voo de volta a Brasília (sem pagar excesso!), que está do jeito que eu gosto: com céu encoberto, temperatura na casa dos 21 graus e uma chuvinha ocasional. Agora que essa parte ligada a São Paulo acabou, chegou a hora de começar a separar o que eu vou levar, de fato, para Montreal. Quando me mudei de Brasília para São Paulo, levei mala e cuia, e essa foi a pior besteira que fiz. Eu nem tinha intenção de ficar muito tempo lá (e acabei ficando sete anos!), então não devia ter levado tudo que eu tinha. Agora, por mais que minha intenção seja construir um ninho lá em Montreal, eu vou levar só o essencial nessa primeira leva e, dependendo de como a vida de imigrante se desenrolar, eu vou levando o resto, quando vier visitar o pessoal no Brasil ou quando o pessoal for me visitar no Canadá. Com pouca coisa, dá pra ficar mais aberto em relação às opções de moradia.

E é isso! Menos algumas coisas na minha lista, e agora dá pra dizer que estou quase entrando na reta final. Em pouco mais de um mês, tudo vai mudar. Pra melhor!

À bientôt!



6 comentários:

  1. Reta final agora! Vc vai ver que vai passar voando. Curta os últimos momentos aí (especialmente a família).

    Abraços!
    Femme

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    1. E já tem um tempo que tá passando voando, viu, Femme? Tem hora que juro que dá vontade de pedir pra desacelerar um pouco hehehe

      Abraço!

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  2. Sabemos bem o que é este processo de arrumar apt, se desfazer e empacotar tudo, vistoria, entrega de chaves....stress e muita correria, mas nada como um familia p nos apoiar e nos acolher ne.

    Vamos simbora!

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    1. Sem dúvida, eu sem a minha família levaria bem mais na cabeça, viu...

      E lá vamos nós!

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  3. Acho que a parte de arrumar tudo vai ser a pior parte para mim!
    Sou muito apegada às minhas coisas, e sei que tenho que desapegar! Mas vai ser uma tristeza!rs

    Abraços.

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    1. Olha, até eu, que acho que sou bem desapegado, tive meus momentos de "ah, não, não quero doar/vender isso!!!". É difícil, mas depois passa hehehe

      Abraço!

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