quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Última aula particular

Hoje tive a última aula particular de francês com minha professora québecoise. Foram pouco mais de quatro meses de muuuuuuuuita ralação: novo vocabulário, novas expressões, sotaque diferente e tudo mais. Mas foram bastante produtivos. Não vou cair na besteira de dizer se evoluí ou não, porque realmente não é o tipo de coisa que eu ache que posso avaliar, mas com certeza foi uma boa prática. A professora é bem tranquila, corrige realmente tudo que eu falava errado e me explicava as coisas novas com competência e clareza. É uma pena parar logo agora, mas o acúmulo de trabalho no fim do ano aliado às aulas que já tô fazendo na Aliança Francesa realmente não deixam muito espaço pra aula particular agora.

E teve surpresa no final! Eu lá, crente que ia ganhar, sei lá, um CD com músicas quebequenses ou algo do tipo, quando ela vira pra mim e fala:

Ela: "Então, eu combinei com a minha mãe pra vocês conversarem hoje pelo Skype. O que você acha?"

Eu (incrédulo, impassível, após um silêncio de uns 10 segundos): "O quê?"

Ela: "É, eu falei com a minha mãe que a gente ligaria pra ela hoje pelo Skype pra vocês conversarem um pouco. Aí você pode escutar alguém falando lá do Québec, com o sotaque de lá, numa situação diferente de uma sala de aula.. E aí? Você encara?"

Eu (com gota de suor de desenho japonês na testa): "Errr.. Sua mãe? Do Québec? Pelo Skype?"

Ela deu risada e acabou me dando um tempo pra pensar e disse que, se eu não me sentisse à vontade, a gente não precisaria fazer. Mas eu pensei que, no fim das contas, renderia no mínimo uma historiazinha pra contar. Então aceitei o desafio e, no finzinho da aula, ela ligou o Skype. A mãe dela foi suuuuuuuuuuper simpática, me fez perguntas sobre minha vida aqui, se eu planejo ir para o Québec, esse tipo de coisa. Eu respondi tudo, mas fiquei pasmo por ter entendido acho que uns 90% ou 95% do que ela disse. Claro, a gente não discutiu sobre a crise econômica na Europa nem sobre os novos direitos das mulheres na Arábia Saudita, mas foi uma situação (quase) espontânea, sem roteiro pré-definido e sem que eu tivesse que focar demais em utilisar o passé composé ou o futur simple, por exemplo. Acabamos conversando por uns quarenta minutos e, ao final, a senhora simpática disse que ficou surpresa porque eu falo muito bem francês.

Eu (sorriso Colgate): "Merci beaucoup!" *corre pra galera*



E foi isso. A professora me deu o certificado (54 horas pra somar às 156 que já tinha, totalizando 210), falei que volto assim que o trabalho estiver mais tranquilo e prometemos manter contato. No lado prático da coisa, já tenho mais que o mínimo recomendado em todas as palestras que fui até hoje e, em se tratando de papelada, falta basicamente a declaração do emprego anterior. Vamo que vamo!

3 comentários:

  1. que com deve ter sido essa experiência. Mesmo que minha idéia não seja imigrar para o Quebec, acho que o francês quebequense muito mais difícil de entender do que o da França. É como se fizesse uma comparação do inglês americano e do britânico. Sempre estudei em escolas de inglês americano,por isso entendo muito melhor. Agora vai ouvir um britânico falando...preciso me acostumar, até pra me ajudar no IELTS que penso fazer entre final de 2012 e início de 2013.
    Boa Sorte ! Fico feliz por você que as coisas estejam se encaminhando.

    abraços;
    Catherine
    http://meetyoutherecanada.blogspot.com

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  2. Olá Doug!

    Que maravilha! Apesar de engraçado, esta é uma situação que acabamos por passar em nossas trajetórias com o francês!

    No meu caso, acabei por desistir mesmo da AF, não teve jeito. Estou somente nas aulas particulares agora, e mesmo assim, com pouquíssimo tempo para me dedicar à língua devido ao trabalho. Irei acabar por enviar uma boa quantidade de horas também, mas creio que meu francês vai começar a ficar bom mesmo no momento em que puder focar de fato. Espero fazer isso o mais breve possível!

    Vamos ver se já consigo utilizá-lo bem na viagem no fim do ano!

    Abraços e obrigado pela visita!

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  3. Catherine: também acho o francês do Québec beeeeem mais difícil de entender do que o francês da França. Por isso mesmo é que sei que, apesar de ter tido essa experiência legal na aula particular, ainda tenho muuuuuuuito o que ralar! Brigadão pelos votos!

    Filipe: É, Filipe, eu sei como é isso.. complicado conciliar trabalho e estudos às vezes, e daí a gente fica com a sensação de que as coisas não tão seguindo como deveriam. Mas tenho certeza que você vai se dar bem na viagem e voltará revigorado!

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