terça-feira, 21 de abril de 2015

Cabane à sucre e Brossard

Cabane à sucre

Com pouco menos de um mês em Montreal, risquei da lista uma das coisas que queria fazer aqui: fui a uma Cabane à sucre!


Academia pra queimar essas calorias não está incluída no pacote.


Eu e um grupo de brasileiros (alguns eu já conhecia, a maioria, não) pegamos um carro e fomos ao Domaine Labranche, um dos locais que oferece a experiência e que fica a uns 30 minutos de Montreal. Tivemos de ligar e fazer a reserva com horário, e depois que vimos o tanto de gente realmente ficou claro que é necessário. Pagamos 24 moedas de ouro canadenses por adulto para comer à vontade (não sei se é caro ou barato comparado a outros lugares porque foi o único a que eu fui até agora, mas, trocando em moedas de ouro da Dilma, pra mim tudo é caro). E é à vontade mesmo! A foto aí em cima dá o tom: começa com porções de vegetais e legumes, sopa de ervilhas e sopa de legumes. Daí vem um presuntão apetitoso, feijão, ovos, batata assada deliciosa, bacon (muito bacon), torresmo (muito torresmo), e tudo isso regado com muito xarope de bordo. É capaz de você ficar com uma artéria entupida ali mesmo de tanta gordura e tanto açúcar, mas não tem como negar que é uma delícia! Como eu não queria baixar no pronto-socorro, maneirei bastante pra não precisar reinar à força (sentar no troninho, se é que vocês me entendem) no meio da estrada. E, depois disso, ainda teve panquecas (com xarope de bordo), biscoitinhos (com xarope de bordo) e uma torta deliciosa de... xarope de bordo!

As bebidas eram à parte, exceto café e água. Depois da comilança, demos uma volta pela fazenda e vimos os baldes presos às árvores para coletar a seiva que dá origem ao xarope. É muita árvore e muito balde! Explicaram que fazem a coleta da seiva na primavera porque, no inverno, ela fica armazenada na parte de baixo da árvore. Quando as temperaturas começam a subir, a seiva também começa a ser distribuída pela árvore. Então, a primavera é ideal porque, com o sobe e desce da temperatura, a seiva também fica subindo e descendo pela árvore, e isso favorece a coleta.

Foi um passeio bem legal, e eu realmente recomendo pra quem curte um bom garfo. Há também apresentações de danças típicas, mas não no horário em que a gente foi. Então essa parte vai ficar pra próxima.


Brossard

Como era sábado e o tempo estava bom, esticamos o passeio até Brossard. Gente, eu imaginava que era, tipo, uma hora pra chegar lá.. mas em vinte minutos, cataploft, lá estava eu no meio da cidade!

Achei a cidade muito bonitinha! Umas casinhas de filme, todas realmente sem cerca, muro e aquele aparato todo de campo de concentração que temos no Brasil. Há campos de golfe, quadras de tênis, campos de futebol, tudo isso espalhado pelas áreas residenciais. Aliás, um aspecto ali me lembrou Brasília: quando passei por áreas residenciais, eram residenciais MESMO! Não tinha padaria, vendinha, banca ou qualquer outro comércio por perto. Aparentemente, é preciso carro para poder ir e vir de qualquer lugar porque, segundo me disseram, as linhas de ônibus não são tão frequentes. Mas que é uma visão de outro mundo aquelas ruas com casinhas ajeitadinhas, isso é!


A minha é a da esquerda. Desculpa.


Passamos por uma área de classe média e uma de classe alta, e a diferença era, basicamente, o tamanho das casas. Segundo colegas me disseram durante o passeio, os da classe alta não ganham muito mais do que os da classe média, o que corrobora a ideia de que os desníveis sociais são realmente menores por aqui.

Outra coisa que me disseram é que existem condomínios na cidade que são administrados por pessoas maiores de 60 anos e voltados exclusivamente para pessoas dessa faixa etária. Os apartamentos são construídos e adaptados de forma a suprir as necessidades e ajudar nas dificuldades que pessoas que já passaram dos 60 podem ter, como problemas de locomoção ou sustentação. Me disseram também que esses condomínios contam com estruturas externas voltadas para a terceira idade, como serviço de enfermagem, áreas de lazer específica e eventos de integração. Achei a ideia bem legal, e fiquei imaginando a qualidade de vida que esse pessoal deve ter!

E o comércio? Bom, ele está distribuído pela cidade, mas há uma área chamada Quartier Dix30 em que estão agrupados vários shoppings e lojas. É um espaço enoooooooooorme, com lojas de todo tipo e vários restaurantes. Tem também cinemas, livrarias, academia e o escambau! É muita coisa, e fiquei com a impressão de que realmente só vi uma parte. Um shopping gigante a céu aberto.

Depois de perambular bastante (e sem comprar nada, porque o dinheiro que eu trouxe é pro leitinho das crianças do papai aqui), fui ao Complexo Esportivo Bell de Brossard, um lugar também enorme, onde você encontra quadras de futebol, de hóquei, academia, loja, bar... enfim, outro mundo de coisas. Quando fomos lá, estava tendo a final de um campeonato de hóquei cujos jogadores eram todos maiores de 55 anos! Muito legal ver os tiozões (e vozões!) jogando com uma energia que dava inveja!


Enfim, foi um passeio bem legal e, porque não, instrutivo também. Deu pra conhecer uma tradição canadense e também um pouquinho dos arredores da cidade na qual estou morando agora. Mas ainda tem muita coisa pra explorar, e eu fico só imaginando quando poderei começar a perambular por aí sem me preocupar com a grana que estou gastando..

À bientôt!

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