terça-feira, 17 de novembro de 2015

Portes Ouvertes (UdeM)

Como mencionei no post passado, além do evento da McGill eu fui também ao da Université de Montréal. Ele aconteceu no dia 8 de novembro, também das 10 hs às 16 hs, e a maior parte das "atrações" ficou concentrada justamente no prédio da Faculté de l'Éducation Permanente em que tenho minhas aulas de francês, então não tive como me perder.




Mas essa segurança fez com que eu me atrasasse na hora de sair de casa e perdesse a primeira palestra, que era sobre o processo de admissão da universidade. Nada totalmente trágico,  já que a palestra seria repetida mais tarde, mas eu queria estar de posse das informações mais básicas para depois poder fazer perguntas específicas nos lugares adequados. Tudo bem,  né, fazer o quê?

A UdeM usou três andares do prédio para o evento. Além das palestras, havia diversos quiosques (ou banquinhas) de diversos cursos e serviços da universidade. O térreo ficou mais com quiosques de informações sobre serviços (tipos de admissão, bolsa, benefícios de ser aluno da UdeM, etc), enquanto os andares superiores ficaram com os cursos de graduação, alguns de pós-graduação e alguns de serviços mais específicos. Reservaram uma sala do último andar para que os candidatos expusessem suas dúvidas a um funcionário do serviço de admissão e recebessem reposta imediata. Se o caso fosse muito complexo, o candidato ainda poderia ser encaminhado para um encontro de 10 a 15 minutos com um conselheiro de admissão, que analisaria o caso e indicaria o melhor caminho. Tudo bem organizado e bem distribuído, apesar de que, em alguns momentos certos lugares ficaram bem muvucados e parecia mais pré-ensaio da Unidos do Cotovelo.

A primeira palestra da qual participei foi sobre financiamento de estudos. Há bolsas de tudo quanto é tipo, parciais e integrais, dadas pela universidade ou pelo governo, baseadas em renda ou em mérito, blábláblá. É bastante coisa e eu mesmo só conhecia algumas opções. Aliás, continuo só conhecendo algumas porque a palestra, obviamente, deu apenas uma visão geral sobre as bolsas e nos passou os sites e links para ler mais a respeito (coisa que ainda não parei pra fazer). Mas de cara, é bem legal essa possibilidade de poder contar com tanto incentivo pra estudar.

Em seguida, assisti a palestra sobre a admissão. Como no caso da McGill, as informações eram destinadas mais aos candidatos quebequenses recém-saídos dos CÉGEPs da vida e aos alunos estrangeiros, então não apresentou grandes novidades em relação ao que eu já sabia. Aliás, a Universidade de Montreal tem um site em português com informações sobre admissão, caso você aí que está lendo essas linhas tenha interesse. É só clicar aqui.



A terceira e última palestra do dia foi sobre o que fazer após um bacharelado em ciências sociais. Eu resolvi assistir porque pensei que seria uma espécie de palestra de auto-ajuda pra quem não é chegado em engenharia, TI, química, enfermagem e outros cursos que têm emprego quase certo. Ou seja, pensei que seria uma palestra tipo "olha, não pense que você vai morrer de fome se estudar Ciência Política, veja o que dá pra fazer!", mas não foi bem isso. Falaram sobre mestrado e sobre como um bacharelado na área pode ser um passo inicial até para uma mudança de área. Assim, o objetivo deles não era o que eu imaginava, claro, mas ainda assim não desceu muito bem a ideia de fazer um bacharelado em ciências sociais "só" para fazer um mestrado e/ou mudar de área depois.

Entre uma palestra e outra, fiz o que eu queria mesmo fazer: passeei pelos vários estandes de cursos da universidade. Foi algo de que senti falta na McGill e acho que eles fariam muito bem em incorporar usando o modelo da UdeM. Cada quiosque tinha professores e alunos dispostos a responder suas dúvidas e explicar o funcionamento do curso, além de material impresso todo pensado pra te convencer. Passei nos estandes de História, de Línguas Modernas, de Literatura, Ciência Política, Estudos Orientais, Estudos Alemães e o do curso que mais me chamou atenção, o de Estudos Internacionais. Eu queria ter batido mais papo com os alunos, mas imagina se eu fico com vergonha de falar francês no meio dos nativos, né? Ainda mais que era bem comum eu chegar pra pedir informações e chegarem mais dois ou três candidatos pra ficar escutando. Então, só bati um papo mais longo e mais interessante mesmo com um aluno de História e outro que estava promovendo o novíssimo bacharelado de Línguas Modernas.




Depois de tudo isso, ainda fui tirar minhas dúvidas na salinha de admissão que mencionei antes. Era um tanto mais fast-food do que tinha parecido a princípio: você entrava numa fila e, ao final dela, haviam improvisado guichês de atendimento. Então foi quase como ir ao banco ou pedir um lanche no McDonald's. A menina que me atendeu respondeu todas as minhas dúvidas, mas ela tinha uma certa pressa em me cortar antes que eu concluísse a pergunta, o que fez com que eu tivesse que repetir porque nem sempre ela acertava o que eu queria saber de fato. Enfim, primeiro eu quis saber se poderia ser admitido mesmo já estando fazendo o certificado de francês e ela disse que sim, mas que eu talvez tivesse que priorizar um em detrimento do outro caso fosse aceito. Perguntei também se algo no regulamento da universidade me obrigaria a fazer menos de 90 créditos para me formar (e expliquei a história do que acontece na McGill para quem quer fazer um segundo bacharelado) e ela informou que não, que terei que cumprir o total de créditos exigidos pelo curso e para a obtenção de um bacharelado. Também quis saber se eles olhariam o meu histórico do ensino médio e o da minha primeira faculdade ou se seria só a da faculdade, e ela disse que só a da faculdade (com cálculo de GPA), a não ser que alguma situação especial faça com que um exame das notas do ensino médio seja necessário. Por fim, perguntei sobre o teste de francês e quando eu poderia começar a esperar uma decisão e ela disse que é difícil apontar uma data, mas que antes de março era pouco provável. Quanto ao teste, ela pediu pra eu ir falar com um cara num outro estande, e ele me informou que eu teria até julho do ano que vem pra apresentar o resultado do teste.

Saí de lá bem satisfeito (e com dor de cabeça) com o evento. De forma geral, eles realmente te dão toda a informação de base e, nos casos mais específicos, indicam onde você pode conseguir mais detalhes. Eu, agora, me encontro naquele estágio em que preciso analisar várias coisas, como por exemplo: 1) volto mesmo pros bancos da universidade e postergo o início da vida profissional aqui (caso seja aceito, claro)?; 2) fazer uma dívida com o governo em se tratando de cursos que eu não sei onde vão dar é uma boa?; 3) faço o pedido de admissão pra mais de uma universidade, pra cursos diferentes (=atirando pra todo lado) e aceito o que vier ou será que dá pra tentar não só restringir os cursos, mas também as universidades?; 4) Faço o teste de francês só depois de receber a resposta das universidades (caso seja aceito em alguma francófono, claro)?

E uma última que não tem como deixar de existir: tenho as caras de fazer uma nova faculdade en français, se tiver que fazer?

À bientôt!

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