sexta-feira, 6 de março de 2015

Entrando na reta final

Estou a pouco mais de uma semana de terminar de chutar o balde aqui no Brasil começar a jornada mais louca da minha vida e, por Odin.... essa ficha não cai!!!!

A bem da verdade, não dá pra dizer que estou do mesmo jeito que há um mês. Em fevereiro, pesquisei e fiz muitas coisas relacionadas à mudança, mas ainda era uma coisa láááááááá pro distante mês de março. Só que, agora, março chegou, já se instalou e está aqui, batendo o pezinho no chão e o dedo no relógio, dizendo: "VAMO, MEU FILHO!!" Então começam aqueles vários episódios de Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC, para os íntimos), nos quais você checa os documentos 3 x (4N/X*15²) + 700, repassa a lista de medicamentos o mesmo tanto, corre para blogues de quem já fez o landing para ver se está esquecendo algo e, inevitavelmente, começa a se perguntar:



Eu sou a contradição em pessoa: tinha uma vidinha estável, salário na conta todo mês, meus maiores aborrecimentos estavam relacionados a como o serviço público está repleto de gente estúpida e só. Ao mesmo tempo, foi tudo isso aí (aliado a outras coisas) que serviu de trampolim para que eu iniciasse o processo de imigração. Ou seja, tenho várias características de pessoas que não gostam de rotina. Mas é só aparecer uma mudança na rotina e eu entro em pânico (ou quase). E aqui estou eu, a pouco mais de uma semana do embarque, já olhando pra remédios tarja preta e chamando-os de "amigos".

A melhor coisa que fiz até agora foi ter dado um tempo de "respiro" entre o fim da minha vida pregressa e o início da que vai começar. Foram três meses desde que saí de São Paulo e me mudei de volta para a casa dos meus pais. Isso me permitiu não só um porto seguro (e mordomias), mas também tempo e tranquilidade para lidar com as questões pré-imigração uma a uma. Estou podendo ler bastante, considerar cenários e tomar decisões com um pouco mais de embasamento do que se eu tivesse feito tudo às pressas, tipo pegar o visto e ir pro aeroporto. Eu já vinha fazendo pesquisas antes, mas muitos cenários mudam quando a gente tem uma janela de espera muito longa, então os três meses para mim foram realmente muito bem aproveitados.

Fechei o seguro-saúde ontem. Cotei com a Blue Cross, com a Manulife, com a GTA (piadas nerds!) e com outra cujo nome esqueci, mas acabei ficando mesmo com a GTA pelo preço (foi a mais barata) e pela possibilidade de poder pagar em real mesmo. Fiz pelo site, entrei em contato com um vendedor, depositei o dinheiro e eles emitiram o voucher, que já está comigo. Espero não precisar usar pra nada, mas, em todo caso, é o tipo de coisa que não dá pra arriscar, na minha opinião.

Outra coisa que eu não ia fazer, mas mudei de ideia aos 45 do segundo tempo, foi a minha Carteira de Habilitação. Eu não dirigi nunca durante todos os meus anos em São Paulo. Só usei transporte público e minhas pernas. Se eu já me estressava com o trânsito de Brasília, acho que teria cometido alguns homicídios com o trânsito em São Paulo. E eu estou tão desligado de carro, gasolina, IPVA e afins que minha carteira venceu em 2013 e eu nem tchum... daí quando notei a coisa, já aqui na casa dos meus pais, pensei, pensei e resolvi deixar pra tirar a carteira do Canadá, mesmo tendo que passar pelo processo todo. E assim ficou, até que eu lembrei que, em algum momento, li que, se você faz o processo para obtenção da carteira lá no Canadá, tem que ficar um ou dois anos dirigindo com uma espécie de carteira provisória e mais alguém que tenha a definitiva do seu lado. Agora, realiza eu, no Canadá, só podendo dirigir com alguém do meu lado por um ou dois anos? Acho que nem me daria o trabalho. Pra evitar isso, é preciso solicitar um documento do DETRAN, no qual conste o seu histórico como motorista. Se você apresentar isso lá nas Terras do Norte, aparentemente não precisa cumprir esse purgatório automobilístico.

Então, para evitar perrengues, resolvi renovar logo minha CNH aqui mesmo e pronto. Isso não só regulariza minha situação como motorista, como me dá mais 5 anos de documento válido (embora só nos primeiros seis meses eu possa usar a carteira para dirigir no Canadá - coisa que eu não vejo acontecendo, mas vá lá, eu nunca me imaginei morando pra valer em São Paulo e acabou acontecendo). O tal documento do DETRAN eu deixei pra ver quando eu resolver de fato virar o Sr. Volante em Montreal.

De forma que, ainda com muita pesquisa todos os dias e várias tarefas sendo concluídas aos poucos, entro na reta final com, basicamente, duas pendências: a lista de bens que vão comigo e a de bens que irão depois (ainda não sei quão detalhista devo ser... tenho 300 livros, tenho que listar um por um, com título, autor, número de páginas e quanto vale no Mercado Livre?), e a arrumação das malas. Já resolvi que vou levar pouca coisa logo de cara, pelo menos comparado a quem leva trocentas malas, mas, ainda assim, é preciso ver se o espaço e o peso estão dentro do esperado pra não ter surpresas.

É isso. Minha contagem regressiva já começou. Menos de dez dias. Momentos de calmaria. Momentos de ansiedade. Um medo do cão de tudo que vem pela frente. Será que isso acaba um dia?


À bientôt!

P.S.: e esse dólar que está batendo em Marte???

10 comentários:

  1. Olá tudo bem Rodrigo? Estou na primeira fase do processo ainda e descobri que você é tradutor... poderia falar comigo sobre isso?

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    1. Oi, Ana, tudo bem, e você? Posso sim, claro! Se preferir, manda um e-mail para rodryerto@gmail.com

      Abraço!

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  2. Massa! Creio que você vai desinrolar tranquilo no Canadá. Tudo de bom pra você! =]

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  3. Passando para corrigir algo que escreveu. Aqui no Canada vc SO troca a carteira de motorista se ja foi motorista em outro pais. Tem a prova teórica e depois o road test. Fim. Sao pagos e geralmente se faz mais de 1 vez (não eh regra). Vc ja sai dirigindo com a nova D.L. Isto de andar acompnahdo por tanto tempo são para os new drivers. A primeira habilitação, geralmente a garotada de 16 anos. Tem que ter prova de 60 hrs de direção ou com auto escola ou fica 1 ano com a L (learners). Para quem ja dirige ou dirigiu ate o seguro obrigatório fica mais barato, basta provar com uma carta de sua seguradora no Brasil. Espero ter ajudado, mas se vc renovou pelo menos fica mais tranquilo em ter mais tempo par dirigir aqui ate fazer a DL.

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    1. Valeu pela correção, Anônimo! O que eu quis dizer é que pensei em fazer o processo todo de obtenção da carteira no Canadá, como se nunca tivesse dirigido aqui no Brasil. Como já faz um bom tempo, achei que valeria a pena "reaprender" direto lá. Mas, depois, vi que é bobagem mesmo, até porque posso pegar umas aulinhas, se me sentir muito inseguro pra sentar atrás de um volante por lá.

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  4. Venha logo Doug ! O inverno esta quase acabando e todo mundo esta ansioso para comemorar ao sol kkk ...
    Voce fez bem em pegar a CNH brasileira, realmente ela e necessaria para a permissao de dirigir aqui. E tem alguns empregos que exigem permissao para dirigir.
    No mais, fique tranquilo, tenho certeza que voce ja fez toda a licao de casa e vai dar tudo certo.
    Abracao e ate logo !!!!!

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    1. Rapaz, há quanto tempo!! Por coincidência, eu estava ontem mesmo fuçando seu blogue e relendo o relato do landing de vocês pra pegar as dicas!

      Olha, tranquilo eu não vou conseguir ficar não, mas prometo tentar hehehe

      Abraço e nos vemos por aí!!!

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  5. Feliz demais por você!!!
    Nos vemos em breve.

    Tati

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