segunda-feira, 5 de maio de 2014

Passaporte no consulado!

Gente, pense numa viagem de férias enrolada... tão enrolada que acabou não acontecendo! Foram tantas complicações no meio do caminho - incluindo mudanças de destino e rotas - que, no fim, achei que estava me estressando demais e joguei a toalha. Ah não, adoro viajar, adoro conhecer lugares novos (ou revisitar outros que curti muito), mas férias, pra mim, também é pra descansar! E ninguém merece passar o ano inteiro estressado trabalhando pra ficar estressado TAMBÉM nas férias! De modo que, no fim da semana  passada, desencanei e resolvi que vou só para Brasília mesmo ver minha família. Já estava nos planos e é bem mais tranquilo. Na segunda metade das minhas férias eu tento matar a vontade de ir pra longe.

Mas, claro, nem tudo é perdido! Já que a viagem foi um rolo só, aproveitei para fazer o pagamento da taxa de residência permanente (490 doletas canadenses. Escutaram o tilintar de moedas de ouro escoando? Eu tô escutando até agora!) e, hoje pela manhã, resolvi ir logo levar o passaporte ao consulado. Peguei o metrozão até a estação Pinheiros da linha amarela (cheio como o saco do Noel), de lá peguei o trem da CPTM até a estação Berrini. Quando cheguei lá, fui andando sendo beijado pelo sol o caminho inteiro até o prédio. Aqui, comi bola: o consulado funciona no Centro Empresarial Nações Unidas, mas eu esqueci de anotar em qual torre! Olhei na internet (viva a tecnologia! \o/) e vi que era Torre Norte. Olhei para um lado e vi a Torre Oeste. Vi outros dois prédios próximos, lembrei da minha época de escoteiro, me guiando pelas estrelas, analisei a direção do vento e decretei: "é aquela!". Só que não era nada, era o Hotel Hilton... bom, pra não dar a caminhada por perdida, aproveitei e perguntei para um manobrista se ele sabia onde ficava o consulado do Canadá e ele apontou o prédio certo.

Entrei na Torre Norte e fui andando sorrindo para o balcão onde se lia "Recepção", até que uma plaquinha com um desenho de cores vermelha e branca me chamou a atenção. Era a bandeira do Canadá, e indicava a "Recepção do Consulado do Canadá". Recolhi o sorriso e deixei para apresentá-lo só na recepção certa. Não adiantou muito: a recepcionista estava de mau humor e perguntou o que eu queria (!).

"Dar uma voadora na sua cara e fazer você estribuchar no chão, sua sem educação do inferno" - pensei eu, mas optei por só falar que eu tinha ido deixar o passaporte para o visto.

Ela pediu a carta - na verdade, o e-mail de confirmação do pedido de passaporte - que eu não tinha porque não consegui imprimir nem por decreto. Mas eu tinha a cópia do recibo da taxa, e foi o que usei. Depois de uma rápida consulta a uma "otoridade", a simpática cria do cão me deu um crachá e balbuciou "16º andar".

Tentei passar pela catraca só empurrando, mas não, precisa encostar o crachá de visitante no sensor, né, mané... fiz isso, com a orientação do segurança, e passei. Lá, os elevadores são separados por andares: alguns vão do térreo até o andar X, outros do X até o 2X-5 e por aí vai. Fui para o elevador que levada do 14ª ao 23º andar e, rapidinho, estava eu lá no consulado.

Na hora que a porta abriu, havia uma placa apontando "recepção" para um lado e "vistos e imigração" para o outro. "E agora?", matutei. "Teoricamente, o que eu quero é um visto de imigração, mas eu vou direto sem me identificar em lugar nenhum?". Pensando que o pior que podia acontecer era chegar na recepção e me mandarem para o outro lado, lá fui eu. Mas, a meio caminho, notei que alguém estava dando insistentes "bom dia", cada vez mais alto. Deduzindo que era comigo, olhei para o outro lado - o lado do "vistos e imigração" - e uma segurança, meio escondida atrás de uma mesa, olhava pra mim com cara de cão de guarda. 

- Posso ajudar? - perguntou ela.

Expliquei rapidamente e ela pediu para guardar o celular e qualquer outro eletrônico no escaninho ali perto. Passei pelo detector de metais (minha mochila passou pela maquininha também) e ela disse para eu ir para o guichê 1. Havia só um homem sendo atendido no guichê 1, ninguém no guichê 2 e uma atendente no guichê 3. Mas, enfim, a segurança tinha me mandado pro guichê 1, né, eu não quis ir lá incomodar quem quer estivesse no guichê 3 e ganhar, quem sabe, um coice na testa de graça. Enfim, quando vi que o homem que estava sendo atendido tinha cinco passaportes organizados em cima do balcão e mais papéis de todas as cores e tamanhos, me preparei para esperar. Mas a atendente, após sair por alguns instantes, pediu licença ao homem para me atender brevemente, pois o meu era só entrega de passaporte. Ele não fez objeção, ela me chamou e, depois de sorrir e disparar um "bom dia" extremamente simpático, perguntou do que se tratava. Falei que era visto de imigração e ela disse que então eu poderia ir ao guichê 3. Pensei em praguejar mentalmente contra a mocinha que havia me revistado e indicado o guichê 1, mas concluí que nem valia a pena.

Fui para o guichê 3 e - tcharam! - era a Maura! Não, não banquei tiete nem nada, fiz que nunca a tinha visto mais gorda. Ela, simpática, pegou meu passaporte e o recibo do pagamento da taxa e pediu para eu aguardar enquanto ela verificava se havia algo pendente. Repassei mentalmente as etapas e concluí, antes que a tela do computador dela mostrasse, que eu não tinha deixado escapar nada. O computador concluiu a mesma coisa uns 20 segundos depois, a Maura pegou meu telefone e disse que o visto deve ficar pronto em até 10 dias, e que ela me liga quando eu puder buscar. Agradeci, resgatei meu celular e desci para o térreo. Devolvi o crachá pela gretinha da catraca e, serelepe, mandei mensagem para a família avisando.

E pronto, mais uma etapa vencida! Agora, é só aguardar o retorno do consulado para que eu possa pegar meu passaporte com o visto e preparar a imigração de verdade!

Bonne chance à tous et à bientôt!

6 comentários: