sexta-feira, 20 de julho de 2012

Alarme Falso... Ê, ansiedade!

E lá estou eu, em casa, depois de um dia de trabalho, fazendo as coisas nossas de cada dia de quem mora sozinho, quando o interfone toca. Eu achei que o porteiro havia se enganado porque alguém indo à minha casa quase 8 da noite de uma quinta-feira, sendo que eu não sou lá uma pessoa muito sociável, só poderia ser engano. Então deixei chamar duas vezes e aí parou.

"Ahá", pensei, "o porteiro deve ter esbarrado no botão errado".

Voltei a me entreter com o cesto de roupa suja, separando camisas coloridas das brancas, mas, pouco depois, o interfone de novo. Dessa vez, realmente parei:

"Mas quem pode ser a essa hora?". As possibilidades se sucederam rapidamente: entrega de produto? Não, faz pelo menos dois meses que não compro nada pela internet ou que necessitasse de entrega. Jantar em domicílio? Bom, eu andei tomando Benflogin por conta da garganta inflamada, mas não a ponto de ter alucinações com morcegos-vampiros gigantes, extraterrestres escarlates, ou comida tailandesa às 8 da noite.  Algum amigo desgarrado precisando de ajuda? Até poderia ser, embora a possibilidade fosse bem remota devido àquela característica social que mencionei. Minha cara-metade estava em aula àquela hora, então as chances de serem ele estar ali embaixo eram mínimas.

"Deve ser uma mistura de quase tudo isso", concluí. "Pediram comida, alguém anotou o endereço errado e tão querendo entregar aqui em casa".

Para poder voltar ao cesto de roupas em paz e fazer o pedido chegar a quem o solicitara, atendi o interfone.  O diálogo foi mais ou menos assim:

"Pronto."

"Boa noite."

"Boa noite."

"Tem uma encomenda pro senhor aqui embaixo."

"Pra mim?"

"Isso, pro senhor."

"Ué, mas eu não tô esperando nada."

"Ah, é? Mas o apartamento que tá aqui é esse, XWYZ. É uma caixinha".

"Qual o nome que tá nela?"

"Ah, não tem nome não, senhor.. só o endereço."

"Err... tá bom, daqui a pouco eu desço pra ver. Obrigado."

Achei estranho, mas poderia ser um monte de coisas. Até que demorou, mas acabei pensando que poderia ser algo relacionado ao Escritório de Imigração. Tá, eu confesso que, agora, nada batia, mas, na hora, pareceu fazer algum sentido: não tinha nome na tal encomenda (mas eu pensei que talvez o porteiro tivesse ficado um tanto constrangido ao ver outra língua no envelope e tivesse achado melhor não tentar falar nada.), era uma caixinha (mas pensei que pudesse ter sido uma palavra, digamos, genérica para "envelope grandinho") e, pro porteiro me ligar, eu imaginei que fosse algo que tivesse de ser entregue em mãos.

Até tentei deixar pra lá, mas depois que a ideia de que poderia ser algo relacionado ao Québec veio à minha mente, não consegui mais. Depois de 10 minutos tentando me convencer racionalmente que provavelmente não era nada de mais, cedi aos vários "se" e fui lá na portaria ver a tal caixinha.

E tcha-raaaaaaaaammmm!!!

Era um nebulizador, que provavelmente alguém pegou emprestado de alguém do meu prédio e deve ter deixado na portaria pra ser devolvido ao dono. Só que realmente a pessoa passou o número errado, o do meu apartamento. Enfim, depois de constatar que não era nem um envelope do Escritório de Imigração, nem uma televisão de 50 polegadas full hd com 6 meses de Netflix grátis, só me restou devolver o nebulizador e voltar ao cesto de roupas.

E a camisa seguinte era uma azul e branca. Rá! Lembra alguma coisa?




Ah, Universo... um beijo pro meu pai, pra minha mãe e um especial pra você!






2 comentários:

  1. Hahahaha! Um nebulizador? Que tenso, hein? Aqui em casa também fico ansiosa toda vez que o porteiro liga para entregar alguma coisa... Mas até agora o Consulado tem se comunicado conosco apenas por e-mail.
    Abraços,
    Lidia.

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    1. Pois é, imagina a minha cara olhando pro nebulizador..

      E vocês estão bem, então, porque ninguém ligado ao Canadá se comunica comigo, nem por e-mail, nem por telefone, telegrama, telex, sinal de fumaça.. nem mesmo uma "tucutada" no Facebook hehehe.

      Abraço!

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