A entrevista é a etapa mais, digamos, temida do processo. Isso porque é nessa ocasião em que a maioria das pessoas pode não obter os valiosos pontinhos que o dossiê, por si só, não conseguiu agregar. Sim, claro que você pode mandar seu dossiê e receber uma cartinha de recusa, mas, pelo menos, não é um "não" direto na cara, e em geral vem com instruções para você remediar a situação. Na entrevista também há a possibilidade de "recurso", mas o "não" na cara é mais parecido com um soco no estômago.
Costumam dizer que, se você já foi pré-selecionado (ou seja, se já te convocaram pra entrevista), já tem chance de uns 80% a 90% de receber o CSQ. Basicamente, na entrevista, além de ter de mostrar todos os originais das cópias dos documentos que você enviou antes para abertura do processo, você terá também de mostrar o quanto você estava sendo honesto quando marcou lá no formulário que seu francês e inglês eram escandalosamente bons. A entrevista é toda conduzida em francês, e o inglês é utilizado em momentos estratégicos, para checar se o candidato realmente tem o nível que afirmou no formulário.
Um outro aspecto da entrevista, e um que pode ser de grande valia, é a possibilidade de você levar novos documentos que não enviou antes, seja porque não sabia que seriam úteis, seja porque só os obteve depois. Claro, não estou falando aqui dos documentos obrigatórios para a abertura do processo, pois esses, se não estiverem bonitinhos, vão te levar, no máximo, a receber uma cartinha do escritório de imigração falando que você não colocou o documento "x" e que se não enviá-lo dentro do prazo "y" seu dossiê será negado. Falo aqui, por exemplo, de um possível comprovante de viagem e estada no Québec (que você pode ter feito no meio-tempo entre o envio do dossiê e o dia da entrevista, e que te darão alguns pontinhos), ou um contrato de trabalho que mostra melhor suas habilidades na profissão do que aquele que você enviou originalmente. Essas coisas, na hora da entrevista, podem contar muito a seu favor, principalmente se suas habilidades com as línguas não são lá aquelas coisas.
Depois da entrevista, um de três resultados é possível:
Aceitação: você fez tudo certinho, seguiu a cartilha direitinho e/ou tem a profissão em demanda e/ou manda muito bem no francês e/ou no inglês e/ou tem uma experiência profissional incrível, etc, etc, etc. Claro, tô exagerando um tanto. Não quer dizer que só pessoas incrivelmente capacitadas e fluentes conseguem o CSQ (pelo contrário). Na verdade, é o conjunto de fatores que vai determinar sua aceitação ou não. Se você for aceito, vai receber na hora (ou pelo correio, se a impressora der pau) o almejado CSQ, mais uma pá de folhetos e orientações para seguir. A partir daqui, já é possível dar entrada na parte federal do processo (muita gente já leva a documentação do federal pronta pra colocar no correio assim que receber o CSQ).
Recusa: o contrário do item anterior, se a palavra por si só não te diz nada. De novo, cada caso é um caso, mas, em geral, as pessoas que não conseguem atingir o mínimo de pontos necessários para ser aceitos (mesmo levando em conta os pontos que a entrevista pode dar, como no quesito "adaptabilidade") têm a solicitação recusada. Você recebe uma cartinha detalhando o que foi que não te deixou ser selecionado, e tem o prazo de 60 dias para apresentar algo novo que possa mudar a decisão inicial.
Intenção de recusa: esse caso é um tanto raro, pelo que eu li até hoje, mas trata-se em geral de pessoas que enviaram a cópia de um documento "x" no dossiê e, no dia da entrevista, esqueceram o original em casa. Apesar do nome, em geral basta que a pessoa forneça o que ficou faltando na entrevista para que o CSQ seja obtido. Claro, novamente há casos e casos, mas a maior parte, até onde eu vi, enquadra-se na ausência dos originais na hora da entrevista.
É fácil ver porque muita gente treme só de pensar na entrevista, já que é por meio dela que a gente pode conseguir os benditos pontinhos que faltam para sermos aceitos. Eu provavelmente serei um dos que não dorme direito à noite (ou passa a noite em branco mesmo) com medo do que vou ter que falar, se vou entender tudo o que me falam e por aí vai. Mas enfim, faz parte do pacote.
Pois é Doug, estamos nessa tambem, antes mesmo de enviar toda a documentacao já nos aterroriza pensar que mais cedo ou mais tarde seremos chamados para a entrevista. O negocio é ter o maximo de certeza possivel de que voce se preparou ao maximo para ela e passar confiança mesmo considerando a barreira linguistica.
ResponderExcluirSorte para todos nós!