terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Processo simplificado de contratação para 44 profissões

Boa notícia para algumas pessoas! O governo do Québec e o governo do Canadá assinaram, agora em fevereiro, um acordo que visa simplificar o tratamento de pedidos de contratação de estrageiros especializados em algumas áreas. Ao todo, são 44 profissões beneficiadas com a medida. Na prática, o processo de contratação de estrangeiro, que costuma ser um tanto demorado e complicado, será simplificado para as empresas que quiserem contratar pessoal de fora do Canadá cuja profissão esteja nessa lista. É uma boa chance para aqueles que querem (e podem!) se ausentar do país de imediato ou num futuro próximo para um trabalho temporário - ou mesmo duradouro.

Até pra mim isso é bom, já que a profissão de tradutor está na lista. Em tese, eu posso começar a procurar empresas de tradução pra enviar o currículo e tentar uma vaga. Só não sei se agora é realmente uma boa hora, já que ainda tenho muita coisa por aqui. Talvez se eu puder fazer as traduções à distância..

Enfim, o link com as profissões e mais detalhes é esse aí:

http://www.immigration-quebec.gouv.qc.ca/fr/employeurs/embaucher-temporaire/travailleur-specialise/demarche-simplifiee.html

Bonne chance à tous!

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Quem detém a verdade?

Às vezes, parece que eu (ou nós, que estamos no processo) estou seguindo pistas do Edward Nigma. É, aquele vilão do Batman, o Charada.



Isso porque nem bem eu relatei aqui a mudança nas datas da entrevista, hoje li no blog Très bien Québec!! que, segundo informações repassadas por telefone, as datas novas que constam nessa tabela do link do post anterior não conferem, e que o período da primeira rodada de entrevistas é de 27 de fevereiro a 13 de março.

Complicado, né? Eu não estou nem estava esperando ser chamado agora, já que meu processo foi aberto em novembro de 2011, mas pelo menos algumas pessoas ficaram um pouco esperançosas com o suposto adiamento do período de entrevistas. Com essa nova informação, não dá pra saber realmente o que está acontecendo. A razão manda a gente se fiar apenas nas informações oficiais divulgadas, mas é impossível não se perguntar quem realmente está com a razão em casos assim, em que em um lugar você vê uma coisa em outro há algo diferente.

Outra informação disponibilizada no mesmo blog acima é a de que estão estudando a possibilidade de realizar mais duas rodadas de entrevistas, uma no meio do ano e outra mais para o fim. Essa informação foi obtida no mesmo contato telefônico, mas não é oficial. Como sempre, o verbo attendre é seu melhor amigo.


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Mudança nas datas da 1ª rodada de entrevistas

De acordo com a tabela publicada no link abaixo, as datas de entrevista no Brasil nesse começo de ano mudaram. Agora, vão do final de março até o meio de abril. Deve ser uma simples readequação ao itinerário dos entrevistadores, mas eu tenho impressão de que já havia pessoas convocadas para a entrevista antes da data abaixo. E agora, serão reconvocadas para um outro dia?

http://www.immigration-quebec.gouv.qc.ca/publications/fr/divers/Programmation-missions-travailleurs-lieu.pdf

E será que o povo que tá esperando há mais de seis meses vai mesmo ser chamado dessa vez?

Boa sorte a todos!

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Nordeste pode não participar da 1ª rodada de entrevistas

Segundo informação postada no blog Diário Canadá Brasil, a região nordeste pode não ser incluída na 1ª rodada de entrevistas deste ano. Na verdade, o blog diz que ouviram explicitamente do atendente do Escritório de Imigração que o nordeste não vai participar mesmo dessa rodada, mas coloquei o "pode" ali porque vai que alguém liga e recebe informação diferente, né? Apesar que, no ano passado, o nordeste também não fez parte da 1ª rodada, se não me engano...

Na torcida pelos colegas de lá, alguns que inclusive já enviaram a documentação há um tempo considerável. Força e paciência!

Abraços!

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Começo de ano tumultuado... e família

Depois da tempestade, a bonança!

Tá certo que, frente a tantas tragédias que já aconteceram por aí, o que aconteceu comigo, no fim das contas, foi mais um incômodo que uma tempestade. Mas enfim, enquanto a gente não consegue resolver de vez, não dá pra ficar quieto e se sentir bem. Enfim, como já comentei antes, tive que desocupar a kitnete onde eu morava, já que a proprietária a pediu de volta. O prazo foi apertado, mas é o comum: 30 dias. A sorte foi que voltei de viagem justamente no dia em que a carta chegou. Ou seja, tive realmente 30 dias pra desocupar o imóvel. Se eu tivesse chegado uma semana ou duas depois (ou se a carta tivesse chegado uma semana ou duas antes), teria sido ainda mais difícil cumprir os prazos.

Pois bem, já no dia seguinte comecei a procurar um cafofo novo onde me meter. Apareceram algumas coisas, algumas caras demais, outras longe demais. Eu, de início, estava querendo manter a trinca que tornava a minha antiga kitnete excelente pra mim: preço baixo, local privilegiado e a proximidade com a minha cara-metade, que mora a apenas algumas ruas de distância. Só que o tempo foi passando e nada de eu encontrar um lugar que tivesse tudo isso. Tudo que eu encontrava era pequeno demais pro preço que cobravam, ou ficava longe demais, o que me faria ter que gastar com transporte (atualmente, vou a pé pro trabalho, 40 minutinhos de caminhada). Achei três opções que, se não eram excelentes, pelo menos reuniam a maior parte das características que eu queria. E adivinhem só? As três deram pra trás, pois resolveram emprestar o imóvel pra parentes e amigos que iam começar ou já estão fazendo faculdade.

Nisso foram embora duas semanas, e eu já estava pesquisando preço de guarda-móveis e diárias de quarto de pensão. Meu pai acabou se dispondo a pegar um avião e vir me ajudar a procurar, já que, trabalhando durante o dia, me restava muito pouco tempo para visitar apartamentos. Acabou que, no dia em que ele chegou, algumas horas antes do avião dele pousar, eu encontrei um lugar para ficar. Mais caro do que eu gostaria de pagar, mas em local privilegiado e perto da minha cara-metade. Ou seja, não precisei pedir ao meu pai que saísse procurando outros lugares pra mim (o que me deixou muito, mas muito aliviado), mas ainda assim ele foi fundamental em tudo o que veio depois. Para agilizar os trâmites, ele foi várias vezes à imobiliária, coisa que eu não poderia fazer o tempo todo. Começou a ver o preço de coisas que eu iria precisar no apartamento novo (e acabou comprando várias, sem nem querer saber da minha conversa de "quanto foi? Vou depositar o dinheiro na sua conta"). Acompanhou a vistoria final da kitnete que eu alugava. E, além de tudo isso, volta e meia ia ao supermercado, preparava o café da manhã pra mim, comprava uma caixa de chocolate pra gente comer à noite enquanto conversava e outras coisas que me fazem voltar a ser filho em tempo integral.




Além de explicar por que eu praticamente sumi do fim do ano passado pra cá, contei essa historinha pra abordar um outro assunto, que já vi discutido em listas e grupos sobre a imigração pro Canadá: o papel da família no processo. É claro que cada caso é um caso, há pessoas que têm um ótimo relacionamento com a família, outras nem tanto, e, por isso e também por outras razões, prefere não comentar nada sobre a imigração até que já estejam no avião ou, pelo menos, na sala de embarque. É algo bastante pessoal e, por isso, falo aqui apenas do meu caso. Eu não conseguiria imigrar pro Canadá, pelo menos não de consciência tranquila, se a minha família não soubesse das minhas intenções e não ficasse sabendo de cada passo que eu dou em direção a isso. Desde o primeiro dia em que comecei a levar a sério a ideia, meus pais e minha irmã sabem das minhas intenções, do que pretendo obter com a imigração e também dos meus receios. E desde esse dia eles me apoiam incondicionalmente. Seja por meio de conselhos, de sugestões ou só pela torcida, eles se fazem presentes, mesmo à distância, em cada etapa do que estou vivendo. E nem poderia ser diferente, já que sempre fomos bastante próximos uns dos outros e nos apoiamos mutuamente. Por isso, a ideia de não contar a eles nada disso é inconcebível para mim.

Quando vim para São Paulo, para estudar e trabalhar, a atitude deles foi exatamente a mesma. Eles sempre expressaram a saudade que sentiriam, mas em nenhum momento me pediram pra ficar com eles. Eles sabiam, viam que eu estava infeliz, e sabiam (sabem!) que a minha infelicidade nada tinha a ver com eles, com nossa casa, com nosso convívio. Pelo contrário, o motivo de eu continuar me esforçando, buscando algo para mim, procurando me sentir bem, estar bem, foi e continua sendo o carinho, o amor e o apoio deles. Por isso, foi extremamente dolorido deixar a nossa casa para me aventurar por uma cidade nova, sem saber exatamente o que iria encontrar, quais os desafios que a vida me reservaria e o que eu conseguiria extrair disso tudo. Foi muito difícil arrumar as malas, ver o dia da viagem se aproximando e saber que eu não mais os veria todos os dias. Uma vez em São Paulo, a realidade de ter de fazer tudo, absolutamente tudo por conta própria nem sempre me deixava tempo para sentir a saudade. Mas ela sempre esteve ali, sentadinha, esperando só que eu olhasse para ela. E como foi difícil querer dar um beijo em minha mãe, dar risada de bobagens com meu pai ou sentar com minha irmã no chão da cozinha para conversar à noite... Durante um bom tempo, na casa nova em São Paulo, eu acordava à noite com um barulho no corredor ou no apartamento do lado e achava que era um deles fechando uma porta ou subindo a escada. Essas impressões demoraram a sumir. E, durante esse tempo, o que eu fiz foi constatar algo que eu já sabia desde antes de resolver me mudar de vez para São Paulo: a falta que eles me fazem.

Minha mãe veio comigo para São Paulo, me ajudou a encontrar a kitnete e a comprar os primeiros móveis. Eu tinha um período curto para arrumar tudo, pois tinha que me apresentar no trabalho alguns dias depois de chegar a São Paulo. Ela fez muito, e só não fez tudo porque certas coisas só eu mesmo podia fazer. Da mesma forma que meu pai, agora, nessas duas últimas semanas, fez muito mais do que eu precisava. Eu ficava, de um lado, querendo que ele não se esforçasse demais, que andasse demais, que carregasse peso demais, que gastasse demais, e ele saía correndo - inclusive literalmente, quando arrancou algumas coisas das minhas mãos no supermercado e correu para o caixa para idosos (vê se pode!) pra não me deixar pagar. Eu poderia ficar horas falando sobre tudo que eles já fizeram e fazem por mim, mas o que eu quero dizer é que, não importa o quanto eu queira encontrar meu lugar no mundo, eu nunca - nunca mesmo - poderia fazer isso sem o apoio deles. No meu caso particular, seria uma traição horrenda, pelas pessoas que eles são, pelo amor e apoio que me dão o tempo todo, esconder isso deles. "Esconder para poupar", nesse caso, seria de uma hipocrisia e crueldade absurdas. Sei que para cada pessoa essa questão é diferente, e é por isso que digo que, no meu caso, eu me sentiria um monstro fazendo isso.

Enquanto meu pai estava aqui, falamos sobre o Canadá, ele me perguntou a quantas andava o processo, trocamos ideias sobre o que eu posso fazer lá e ele deixou claro que, se não der certo, eu sempre posso voltar. E posso mesmo. Mas o que mais quero, toda vez que paro, olho pra trás e vejo o quanto eles já fizeram por mim, é levá-los comigo, é estar perto para ajudar, é dar uma vida melhor. Perguntei pro meu pai se ele toparia ir morar no Canadá comigo. Ele sorriu, um tanto surpreso, e a resposta foi: "se sua mãe quiser ir, a gente vai".

Então, eu aproveito esse post para agradecer, de coração, todo o amor da minha família e a ajuda que me deram e me dão ainda. Saibam que esse amor é recíproco, e que a lembrança mais reconfortante pra mim, a que eu evoco todas as vezes em que estou mal, ainda é a de nós quatro reunidos, na sala da nossa primeira casa, assistindo televisão enquanto lá fora chovia. Essa imagem eu não quero perder nunca.

Amo vocês.