Hoje tive a última aula particular de francês com minha professora québecoise. Foram pouco mais de quatro meses de muuuuuuuuita ralação: novo vocabulário, novas expressões, sotaque diferente e tudo mais. Mas foram bastante produtivos. Não vou cair na besteira de dizer se evoluí ou não, porque realmente não é o tipo de coisa que eu ache que posso avaliar, mas com certeza foi uma boa prática. A professora é bem tranquila, corrige realmente tudo que eu falava errado e me explicava as coisas novas com competência e clareza. É uma pena parar logo agora, mas o acúmulo de trabalho no fim do ano aliado às aulas que já tô fazendo na Aliança Francesa realmente não deixam muito espaço pra aula particular agora.
E teve surpresa no final! Eu lá, crente que ia ganhar, sei lá, um CD com músicas quebequenses ou algo do tipo, quando ela vira pra mim e fala:
Ela: "Então, eu combinei com a minha mãe pra vocês conversarem hoje pelo Skype. O que você acha?"
Eu (incrédulo, impassível, após um silêncio de uns 10 segundos): "O quê?"
Ela: "É, eu falei com a minha mãe que a gente ligaria pra ela hoje pelo Skype pra vocês conversarem um pouco. Aí você pode escutar alguém falando lá do Québec, com o sotaque de lá, numa situação diferente de uma sala de aula.. E aí? Você encara?"
Eu (com gota de suor de desenho japonês na testa): "Errr.. Sua mãe? Do Québec? Pelo Skype?"
Ela deu risada e acabou me dando um tempo pra pensar e disse que, se eu não me sentisse à vontade, a gente não precisaria fazer. Mas eu pensei que, no fim das contas, renderia no mínimo uma historiazinha pra contar. Então aceitei o desafio e, no finzinho da aula, ela ligou o Skype. A mãe dela foi suuuuuuuuuuper simpática, me fez perguntas sobre minha vida aqui, se eu planejo ir para o Québec, esse tipo de coisa. Eu respondi tudo, mas fiquei pasmo por ter entendido acho que uns 90% ou 95% do que ela disse. Claro, a gente não discutiu sobre a crise econômica na Europa nem sobre os novos direitos das mulheres na Arábia Saudita, mas foi uma situação (quase) espontânea, sem roteiro pré-definido e sem que eu tivesse que focar demais em utilisar o passé composé ou o futur simple, por exemplo. Acabamos conversando por uns quarenta minutos e, ao final, a senhora simpática disse que ficou surpresa porque eu falo muito bem francês.
Eu (sorriso Colgate): "Merci beaucoup!" *corre pra galera*
E foi isso. A professora me deu o certificado (54 horas pra somar às 156 que já tinha, totalizando 210), falei que volto assim que o trabalho estiver mais tranquilo e prometemos manter contato. No lado prático da coisa, já tenho mais que o mínimo recomendado em todas as palestras que fui até hoje e, em se tratando de papelada, falta basicamente a declaração do emprego anterior. Vamo que vamo!